Tancredo Neves, suspeito de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva nesta segunda-feira (12). O corpo de Patrícia, de 39 anos, foi encontrado no domingo (11) em uma área de mata em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador.
No depoimento à polícia, Neves admitiu ter falsificado a versão inicial de um sequestro. Ele alegou que usou o cinto de segurança para enforcar Patrícia durante uma briga, afirmando que a intenção não era matá-la, mas interromper suas agressões. Neves disse que, após o episódio, percebeu que Patrícia estava desacordada, abandonou o carro e chamou a polícia, sem saber que ela estava morta.
A primeira versão de Neves indicava um sequestro durante uma viagem de Santo Antônio de Jesus a Salvador. Ele afirmou que foram abordados por três homens em uma motocicleta e que, após ser liberado, viu o carro com Patrícia ser levado pelos supostos sequestradores.
O relacionamento entre Neves e Patrícia começou em novembro de 2023. Embora o casal tenha tido desentendimentos e até agressões verbais, Neves nega episódios de violência física ou sexual. Ele havia sido preso em maio deste ano por agressão contra Patrícia, mas o caso foi arquivado após a vítima retirar a medida protetiva.
Além do caso atual, Neves enfrenta acusações por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. O Conselho Regional de Medicina da Bahia confirmou que ele não é registrado como médico.
Patrícia Jackes, natural de Recife e bacharel em Direito, tinha uma carreira destacada na Polícia Civil da Bahia, com atuação significativa na prevenção da violência de gênero. Ela foi velada na Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus e será sepultada em Recife nesta terça-feira (13).
A Polícia Civil e o Sindicato dos Policiais Civis expressaram pesar pela morte de Patrícia e garantiram esforços para esclarecer o caso.
Com informações do Portal G1