De fato, a crise na saúde é sistêmica. O fechamento de hospitais, demissões de funcionários, reclamações gerais de pacientes são realidades que, sabidamente, acometem à saúde em todo o país. Notícias veiculadas por veículos de imprensa dão conta de que as instituições filantrópicas que assistem ao SUS sofrem com o subfinanciamento deste sistema. Segundo a FESFBA (Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado da Bahia), a cada R$ 2,20 gastos por uma Santa Casa, esta recebe da tabela SUS apenas R$ 1,00. Um déficit que poucas instituições conseguem suportar.
Neste cenário, a Santa Casa de Misericórdia de Valença existe há 154 anos, e em muitos deles enfrentou as dificuldades inerentes ao setor. Durante décadas, sofreu com a falta de manutenções preventivas e com o sucateamento de equipamentos. Ainda assim, há 2 anos sob a gestão do provedor Guido Araújo Magalhães Jr, vem implantando uma gestão austera e moderna, focada em resultados e melhorias qualitativas.
Em números assistenciais, a Santa Casa de Valença, que hoje atende a duas portas abertas de urgências e emergências (Pronto Socorro e Centro Obstétrico), realiza mais de 4 mil atendimentos mensais apenas no Pronto Socorro, além de 250 partos, 450 cirurgias, 10 mil atendimentos de apoio diagnóstico e 5 mil sessões de Fisioterapia. Números que, reconhecidamente, fazem da Santa Casa de Valença a instituição de saúde mais importante do Baixo Sul.
Somente em 2014, a instituição investiu R$ 866 mil em reformas e equipamentos. Diferente do que cita este veículo, foram adequações importantes, e com elas a instituição conseguiu sanar parte das inconformidades apontadas pela Vigilância Sanitária e conquistar o alvará de funcionamento. Desde 2010, o hospital funcionava sem o referido alvará.
As macas e equipamentos sucateados citados na matéria estão sendo paulatinamente substituídos com recursos de emendas parlamentares. Vale dizer que nos últimos 2 anos a instituição conseguiu captar quase R$ 4 milhões em emendas, além de recursos importantes através do projeto Sua Nota é um Show de Solidariedade. Com esses valores, adquiriu 30 poltronas reclináveis para acompanhantes, 28 berços para enfermaria pediátrica, 40 camas hospitalares para a clínica médica, mamógrafo de alta resolução, 5 camas para centro de parto normal, renovação dos aparelhos do laboratório, aquisição de novas máquinas para a lavanderia, bisturis elétricos, câmeras de segurança, máquinas para a nutrição, USG 4D, entre tantos outros investimentos.
Não podemos deixar de citar acontecimentos importantes dos últimos 2 anos, como a reforma da maternidade, inauguração do serviço de bioimagem, instalação de pisos e mantas, para adequação das exigências da Vigilância Sanitária, pintura das rampas, reabertura do Banco de Sangue e reforma do serviço de patologia.
No Pronto Socorro, a Santa Casa de Valença saiu na frente em todo o Estado, sendo a única instituição com serviço SUS a utilizar o ToLife, um dos mais modernos mecanismos de classificação de risco para urgências e emergências. Na Bahia, apenas dois hospitais dispõem de tal tecnologia. O equipamento já está em fase de teste na instituição.
Em 2015, a Santa Casa vai inaugurar 10 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), um marco para a saúde da região, pois vai desafogar o fluxo de pacientes crônicos para os grandes centros. O projeto da UTI já foi aprovado pela DIVISA e as obras preliminares já foram iniciadas.
Apesar de receber pacientes de toda a região, o que representa a assistência a mais de 20 municípios, são poucas as prefeituras que ajudam a manter essa unidade, embora usufruam dos serviços prestados pela Santa Casa de Valença. Ressaltamos que a Santa Casa já enviou alguns ofícios ao Ministério Público, e este deve promover nos próximos meses ações para sensibilizar e cobrar dos municípios a responsabilidade de participação no custeio desses atendimentos. Alguns desses ofícios foram enviados diretamente à AMUBS (Associação de Municípios do Baixo Sul).
Em tempo, a Santa Casa de Valença retifica que as fotos apresentadas na matéria são fotos antigas, tiradas há cerca de 1 ano. A instituição já está providenciando as fotos atuais dos setores, para constatação das mudanças aqui elencadas.
Por fim, a Santa Casa de Valença reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer para o alcance de uma assistência de excelência. Mas sabe que essa não é uma missão apenas dos gestores e colaboradores da instituição. A Santa Casa é de responsabilidade de cada um que dela se beneficia. Por isso, conclama à imprensa, à sociedade e autoridades para reconhecerem o seu papel como agentes sociais e de transformação, para uma saúde melhor para todos.
