Assédio sexual: Piadinhas e cantadas também são violência

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Por.Rosemeire Cerqueira

Todos os dias, milhares de mulheres passam por situações extremamente desagradáveis, seja em seu ambiente de trabalho, nas ruas, na universidade, no transporte público, em sua própria casa ou até mesmo em  consultórios médicos.

O assédio sexual, de maneira especifica, é entendido como toda e qualquer conduta de natureza sexual não desejada, que mesmo repelida, é repetida continuamente, gerando constrangimento à pessoa assediada. Deste modo, não apenas o ato sexual em si é considerado assedio sexual, mas atitudes como cantadas, piadinhas e comentários constrangedores também podem ser considerados assédio sexual.

Elogio X Assédio

 

 As insistentes cantadas que acompanham as mulheres por quaisquer lugares que estejam passando é vista por muitos homens como elogios inofensivos, mas para as mulheres isso pode significar uma tortura diária.  O que difere o elogio do assédio é o respeito à mulher  e a consideração ao interesse dela na interação, ou seja, a reciprocidade.  O elogio tem o objetivo de agradar a mulher, já às cantadas e as piadinhas são um exercício do poder masculino, independe da vontade da mulher  e não leva em consideração se ela vai gostar ou não.

Coisas que deveriam ser banais como ir ao consultório médico, muitas vezes, podem se tornar prova de fogo para as mulheres. Pois, muitos profissionais agindo com extrema falta de ética utilizam-se  de um espaço que deveria ser usado para oferecer à mulher um atendimento digno e seguro para assedia-la  de maneira covarde, machista utilizando sua posição de poder para subjugá-la  em um momento em que ela já está fragilizada.

Coluna. POETA DO LIXO

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(À Profª Ana Carolina Cruz de Souza – UNEB)

 

Minhas rimas são pobres,

meus versos exalam cheiro de repulsa

 minhas estrofes são um amontoado de revoltas.

                     Reviro cada partícula, escavo cada centímetro,

busco uma gota de simetria.

Palmilho no caminho da incerteza,

 busco sobrevivência ao acaso

 meu grito ecoou, minhas mãos fragilizaram-se

   pareço estar abaixo do limbo,

vermes espertos querem engolir-me.

Meu céu está nebuloso, tosco, sem estrutura

agarro-me ao invisível, falo o indizível.

Sou poeta do silêncio!

Ninguém me vê, ninguém me ouve!

Como escreveu Clarice Lispector:

“Um feto jogado na lata do lixo embrulhado em um jornal”.

Sinto-me reciclada a cada quatro anos

recebo até um abraço fingido,

minhas lágrimas trazem ao palato

o sabor insulso dessa partícula atômica indissolúvel.

Ah! Sociedade artificial!

Experimento o mimetismo,

 minha razão recusa essa covardia.

Meus sonhos parecem estar afunilando

vejo armas perversas e egoístas

sendo apontadas em direção a minha cabeça

Atiro – me de joelhos, peço perdão pela minha franqueza

      desejo saltar com os olhos vedados na imensidão

modo suicida de não enfrentar o amanhã,

 não sei que futuro me espera.

Talvez a minha atitude pareça covarde

 medo me domina, castra os meus ideais,

deixa-me completamente inerte

muitos querem me ver assim… desejo da nata…

meus versos protestam, dizem NÃO!

 PTN NEWS 

Coluna. PARADOXO

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Por:  Marilene Oliveira de Andrade

Tão perto, tão distante

tão calma, tão atroz

sensível, embrutecida

às vezes forte, às vezes frágil

em algum momento amo intensamente

em outro, detesto ardentemente

me perco, me acho

seduzo e sou seduzida

canto e choro também

falo muito ou falo quase nada

abraço sem reserva, afasto sem piedade

ágil como uma corça

prudente como uma serpente

decidida, confusa

interessada, indiferente

delicada, selvagem

expansiva, tímida

feliz, padecente

livre,dependente

Afinal, quem eu sou de verdade?

Um pássaro que voa livre pelo infinito

Ou uma estrela presa no firmamento?

Coluna. O multiculturalismo e o ensino de línguas

 

 

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Foto: reprodução

Por. Eliane Cerqueira.

Vivemos em um contexto marcado pela multiplicidade de culturas e, por conseguinte, tem-se acentuado nos últimos anos os estudos que defendem o ensino-aprendizagem de línguas em uma abordagem intercultural em que língua e cultura são tidas como indissociáveis.

Na sociedade plural em que vivemos é inegável a necessidade de um ensino de idiomas que tenha alicerce intercultural e que trabalhe em prol da desconstrução de falsas crenças, de estereótipos culturais e de modelos de ensino que objetivem apenas oferecer aos alunos grupos de conteúdos gramaticais com pequena mostra cultural quase sempre impregnada de estereótipos.

É através do intercâmbio entre as culturas que as pessoas aprenderão umas com as outras no atual contexto marcado pelo desrespeito as diferenças e as singularidades próprias de cada ser humano.  Respeitar as formas de ver e perceber o mundo que é própria de cada individuo é imprescindível para  vislumbramos uma sociedade melhor com mais amor e menos guerra. Dessa maneira, utilizar as línguas estrangeiras como  instrumento para romper barreiras culturais e aproximar os povos do mundo torna-se um caminho possível para o diálogo entre o mosaico de culturas e diversidades existentes.

O ensino-aprendizagem de uma Língua Estrangeira pode se constituir em uma verdadeira reconstrução identitária, pois através da aproximação e do diálogo entre as culturas os aprendizes têm a oportunidade de melhor entendimento do seu “eu”. Construímos nossa identidade a partir da interação, do conhecer e compreender diferenças culturais que dialogam com a nossa própria cultura.

Dessa maneira, precisamos repensar o espaço que estamos destinando as línguas estrangeiras em nossas vidas, pois aprender um novo idioma vai muito além de aprender regras gramaticais isoladas, é a oportunidade de imergir na cultura do outro e poder compreender aspectos antes considerados “estranhos” quando na verdade são apenas diferenças normais quando o distinto se aproxima, pois a linguagem é o fato social e é através do contato, da interação que ocorrerá a comunicação e falantes e ouvintes poderão se entender através de uma ação conjunta.

PTN NEWS

Coluna. Comunicação de massa: Informação, manipulação e formação de opinião.

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Por. Rosemeire Cerqueira

Os meios de comunicação de massa como a internet, a televisão,  o rádio, o jornal, entre outros,  estão praticamente dentro de todos os lares e têm o  grande  poder de influenciar a sociedade moderna, sendo eles responsáveis pela formação de opiniões e até de ideologias. São eles que decidem quais temas devem ou não serem discutidos na esfera pública, inclusive, impondo suas versões como verdades absolutas, fazendo muitos acreditarem no que escutam, veem e leem sem ao menos questionar a veracidade da informação. Mas, como já diz o velho provérbio popular “Quem conta um conto aumenta um ponto”.

Ninguém nasce com pensamento  pronto, nossas ações são aprendidas e elas refletem ideias e valores que nos foram ensinados por distintas pessoas, de diferentes formas e meios.

Nossa sociedade capitalista, acompanhada pelos meios de comunicação, cria modelos padronizados de desejos, comportamentos, ideias e valores que são incorporados, naturalizados e reproduzidos   pela população como se fossem seus.

E é assim, que, desde a mais terna infância, aprendemos a consumir de tudo, desde ideias ( os bens simbólicos) até  produtos (os bens materiais). Basta abrir os jornais, as revistas, etc. Para encontrarmos um manual pronto a ser seguido. Nele podem ser encontrados  modelos de beleza, tendências a serem seguidas e informações ( muitas vezes manipuladas de acordo as conveniências). Já para quem não é muito adepto à leitura desse gênero só precisa ligar a TV para ter acesso a um verdadeiro “arsenal” de diversão e informação sentado no sofá de sua sala. Porém, ao ligarmos a TV, de certo modo, também estamos ligando uma fábrica de ideias, estereótipos e manipulações.

As novelas exibidas diariamente apresentam tramas e situações em que valorizam a inversão de valores e,  nesse cenário novelesco,  traição, mentira, roubo, vingança, assassinato e ódio são tratados como algo natural.  São essas mesmas novelas as responsáveis por criar e transmitir valores aos jovens. Fico me perguntando: Que valores são esses que nossos jovens estão aprendendo?

Versificando a vida

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Por:  Marilene Oliveira de Andrade

Viver vagando,

Viajando velozmente,

Vendo vidas vertiginosas,

 Valores varridos, vulgaridade,

Verdade vetada, vitórias vendidas,

Vencedores vencidos,

 Vidas versadas, vilãs veem vantagens,

Vagabundos violam,

Velhice vulnerável,

Vergonha ver vidas violentadas,

Vândalos vangloriam-se vergonhosamente.

Vida? Vida!  Vida.

˙ɐpıʌ ¡ɐpıʌ ¿ɐpıʌ

Vingança venal,

Vampiros vigam-se, vadios vultuosos,

 Vaidade vazia, vexame vergonhoso,

Vozes voam, vocábulos vazios vomitados,

Verdadeira verborragia.

PTN NEWS

Acidente vascular cerebral (AVC) e eu com isso?

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Foto: Reprodução

Por. Eliane Cerqueira

Você sabia que o acidente vascular cerebral (AVC) popularmente conhecido como “Derrame cerebral” mata mais de 6,2 milhões de pessoas no mundo, a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde? Somente no Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, são registradas cerca de 68 mil mortes anualmente ,sendo, o  AVC uma das fundamentais causas de morte no Brasil e em outros países do mundo.

Um AVC ocorre quando o abastecimento de sangue a uma parte do cérebro é evitado ou por uma obstrução ou por uma hemorragia, ou seja, o acidente vascular cerebral pode ser de dois tipos: O isquêmico (obstrução)  que ocorre devido ao entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro ou do tipo hemorrágico que ocorre em decorrência do rompimento de um vaso dentro do cérebro causando derramamento de sangue e consequentemente alteração, inchaço no local.

 Estatísticas mostram que essa doença cerebrovascular tem atingido pessoas cada vez mais jovens. Em 2012, quatro mil pessoas entre 15 e 34 anos foram internadas por causa do problema no país sendo uma das justificativas apresentadas para o aumento da ocorrência em jovens ,os hábitos de vida de cada indivíduo. De acordo com o Ministério da Saúde, o fumo é responsável por cerca de 25% das doenças vasculares, entre elas, o derrame cerebral. 

Essa doença cerebrovascular pode ser prevenida com hábitos saudáveis de vida, pois  várias enfermidades que atuam como fator de risco  para a incidência do AVC, como o diabetes e a obesidade são enfermidades decorrentes de práticas inadequadas típicas da sociedade moderna.  Estar acima do peso ,por exemplo, é um fator de risco para o aumento da pressão arterial, para o diabetes e ,consequentemente, aumenta o risco de AVC.

Como já discutimos em outros textos aqui no PTN NEWS, uma dieta saudável e exercícios regulares ajudarão a controlar seu peso e diminuir as chances de um acidente vascular cerebral. O AVC não é mais um mal que atinge apenas os idosos. Os jovens estão mais expostos no cenário atual em que o sedentarismo, o colesterol alto, a obesidade, o diabetes são fatores determinantes para um acidente vascular e não são enfermidades exclusivas dos idosos.

São vários os sintomas de um AVC tais como: Dor de cabeça repentina e intensa sem motivo aparente; sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo; desmaios; alteração na fala; dentre outros. Fique atento, pois a agilidade no atendimento de um acidente vascular cerebral é primordial para a redução de sequelas no paciente. Quanto mais rápido for diagnosticado maiores são as chances de menores sequelas.

PTN NEWS

Coluna: Será que você é mulher para casar?

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Por: Rosemeire Cerqueira

Se você é homem e está iniciando a leitura desse texto, provavelmente, em algum momento da sua vida já escutou essa frase:  “aquela  mulher não serve para casar”. E se você é mulher e já vivenciou algo parecido continue a leitura, pois afinal, o que é uma mulher para casar? O que classifica ou desclassifica uma mulher para o casamento? Em pleno mundo moderno é triste constatar que ainda vivemos em uma sociedade em que mulher para casar deve ser submissa, recatada, com espírito de mãe protetora e o mais importante que saiba cuidar da casa e que espere seu “macho provedor” com um bom café e com um sorriso no rosto depois de um dia de tarefas doméstica.

Mas, e os nossos sentimentos? Onde ficam em meio a tanto machismo e diferenças que colocam o homem como senhor do seu destino e do destino da sua esposa? Será que não posso me sentar em um bar com amigas e tomar uma cerveja? Será que minhas roupas definirão minha índole?  Ou melhor, com o perdão da palavra usarei o velho jargão popular  “tenho que ser santa na rua e puta na cama”.

Muitos ainda acreditam que mulher para casar, imprescindivelmente, tem que ter um passado  “honroso” não ter sofrido nem cometido nada que seja amoral ou escandaloso aos olhos da sociedade. Então, se você não atende a um destes requisitos, infelizmente, você  não é considerada um bom exemplo de mulher para casar.

Coluna: O acarajé e suas associações religiosas.

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Foto: Divulgação

Por, Eliane Cerqueira.

Na África, àkàrà (bola de fogo), no Brasil acarajé, prato abençoado, oferecido a Iansã, rainha dos raios, guerreira das ventanias, mulher mais poderosa da África negra, orixá feminino mais popular entre os mitos da Umbanda e do Candomblé. Através desse alimento, os adeptos de Iansã se aproximam dos seus deuses e dão sentido ao seu universo religioso.

“Oyá, Oyá ela é dona do mundo. Oyá, Oyá mãe Oyá venceu guerra”. São muitos os cantos entoados em homenagem a Iansã, por aqueles que não enxergam esse alimento, apenas, como uma forma de subsistência, mas como um bem cultural, repleto de tradição e significados que os auxiliam no culto dos orixás.

O acarajé não é somente um prato típico da Bahia, esse alimento expressa valores culturais que perpassam o simples ato de se alimentar e contribui para a formação da identidade cultural do povo baiano.  Identidade passada de geração em geração e que durante a história da nossa sociedade e, principalmente, da sociedade baiana tem desempenhado um papel de extrema importância, no que tange a redescobrir costumes e revelar a identidade de um povo que procura manter vivas suas raízes.

No seu preparo, ingredientes como o azeite de dendê e o feijão, são tidos como primordiais. O feijão se encontra associado a divindades como Obaluaê que é representado pelo feijão preto. Yemanjá, rainha e dona do feijão branco e Iansã senhora do feijão fradinho. É notório perceber através dessas associações que os aspectos culturais e religiosos estão intrínsecos na nossa alimentação, definindo assim, o que comemos, por que comemos e quando comemos.

Muitos, ainda no Brasil, oferecem alguns alimentos a entidades religiosas como o caruru oferecido Cosme e Damião. Ao redor do mundo, são muitos os alimentos proibidos ou abençoados por estarem associados a entidades religiosas. Um bom exemplo disso é a carne de boi, amada pelos brasileiros, mas proibida na cultura indiana por estar associada a deuses importantes para o povo Hindu.

Os hábitos alimentares sempre ultrapassam a simples ação de adquirir os nutrientes necessários ao organismo e nos ajudam a perceber que esse ato está atrelado a grandezas sociais, culturais e religiosas que apesar de sofrer transformações ao longo da história, marca a identidade cultural de um povo.

Refletir acerca do significado de cada prato, o que está envolto no seu preparo, e o seu significado para determinada comunidade, nos faz navegar no tempo e voltar na história da formação do nosso povo. É claro que nem todos concordam ou aceitam determinadas associações entre alimentos e alguns deuses adorados em religiões diferentes, mas o importante é entender e respeitar as crenças e motivações que levaram cada cultura a pensar dessa forma.

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Humanização nas práticas de saúde.

Sexo e alimentação: qual a relação?

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Coluna. Amor matemático.

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Por. Marilene Oliveira de Andrade

Quando te vi pela primeira vez

Meus batimentos cardíacos

Foram a cento e cinquenta

Comecei a idealizar o nosso triângulo amoroso

Eu, você e a nossa felicidade.

Meus pensamentos, às vezes,

Pareciam uma circunferência

Queria descobrir um meio para te falar

Do meu amor ao quadrado

O medo me fazia experimentar

Momento côncavo e convexo

Pensei uma… duas… três vezes…

Em te dizer que os meus sentimentos

Estão se multiplicando a cada dia.

 

Igual adolescente

Quando está descobrindo a paixão

Resolvi escrever meia dúzia de frases românticas

No meu coração retangular.

Desejo dividir com contigo

Todos os meus pensamentos incógnitos

Somar os momentos felizes

Diminuir a distância

Proporcionada pelas retas

E, em cada curva da nossa vida

Descobrimos um ponto de intersecção entre nós.

Coluna. Sociedade do espetáculo.

Por uma consciência nacional: Relação homem e sociedade

Coluna. In(formalidade)

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