RIO – O pequeno Davi Miguel Gama, de 18 meses, nasceu com inclusão das microvilosidades intestinais, uma doença rara, que não permite a seu organismo absorver os alimentos. Ele precisa tomar soro na veia. Logo após o nascimento, o bebê passou cinco dias na casa da família, mas voltou às pressas ao hospital porque perdia peso e não mamava. Chorava muito. Quando chegou o diagnóstico, a família entrou com uma ação para que ele fosse submetido a um transplante de intestino nos EUA, já que no Brasil o procedimento não é oferecido. Quase um ano depois, a Justiça Federal de Franca, em São Paulo, favoreceu o menino, obrigando a União a arcar com gastos de viagem, cirurgia e tratamento, totalizando R$ 6 milhões. A criança e seus pais viajaram a Miami no final de julho, a bordo de uma UTI aérea disponibilizada pelo Ministério da Saúde.
— Não tive saída. Fiz isso para salvar a vida do meu filho — diz o sapateiro Jesimar Gama, que, antes da decisão judicial, reuniu em campanha via internet R$ 1,6 milhão, quantia que será abatida do valor do tratamento. — Ele poderia ter morrido em várias ocasiões, vivia com infecções. Sabemos que o tratamento é caro, o dinheiro é público, de todos nós, mas é o meu filho.