Suspeito por nova tentativa de assassinato de Trump é indiciado por posse ilegal de armas

O homem acusado de tentar assassinar o ex-presidente dos EUA Donald Trump, Ryan Wesley Routh, foi indiciado nesta segunda-feira (16) por posse ilegal de armas. O secretário de Justiça americano, Merrick Garland, prometeu usar “todos os recursos disponíveis” na investigação. Routh, de 58 anos, está preso desde domingo, quando tentou fugir dos agentes nos arredores do campo de golfe onde ocorreu a segunda tentativa de assassinato contra Trump.

De acordo com o Departamento de Justiça, Routh enfrenta acusações por posse de uma arma com o número de série raspado e por ter uma arma apesar de uma condenação judicial anterior. Ele compareceu ao tribunal na Flórida vestido com roupa de presidiário e respondeu às perguntas do juiz com “sim”, “não” e acenos de cabeça. Routh afirmou não ter condições financeiras para custear sua defesa, e uma defensora pública foi designada para representá-lo.

Os promotores apresentaram as acusações relacionadas à posse ilegal de armas para garantir a detenção de Routh enquanto o FBI investiga as circunstâncias e motivações da tentativa de assassinato. Garland afirmou: “Estamos gratos que o ex-presidente esteja seguro. Trabalharemos incansavelmente para garantir a responsabilização e usaremos todos os recursos disponíveis para suportar esta investigação.”

O suspeito foi preso após uma blitz da polícia local e permaneceu em silêncio durante a abordagem e interrogatório. A polícia apreendeu um rifle semiautomático estilo AK-47 com número de série raspado e equipado com uma mira telescópica, além de duas mochilas com azulejos de cerâmica e uma câmera digital. Esses itens agora fazem parte da investigação.

Embora o incidente tenha ocorrido durante um momento vulnerável para Trump, enquanto jogava golfe, os investigadores ressaltam que a distância e as circunstâncias do ataque podem complicar as acusações. Em entrevista à MSNBC, Dave Aronberg, promotor do condado de Palm Beach, sugeriu que Routh poderia ser acusado de planejar um ataque contra os agentes do Serviço Secreto e rejeitou a alegação de insanidade do réu, argumentando que sua fuga demonstra consciência da ilegalidade de suas ações.

Routh, que não tem histórico nas Forças Armadas, expressava uma retórica violenta, afirmando em redes sociais estar disposto a morrer na Ucrânia e tentando recrutar soldados para lutar contra as forças russas. Registros judiciais mostram que ele foi preso em 2002 após confrontar policiais com uma metralhadora e enfrenta processos por atraso no pagamento de impostos e cheques sem fundos.

Trump reagiu ao ataque em uma entrevista à Fox News, afirmando que a tentativa de assassinato está ligada à “retórica” da vice-presidente Kamala Harris e do presidente Joe Biden. Ele criticou os democratas e afirmou que sua campanha está sendo alvo de retórica inflamatória.

Biden expressou alívio pelo fato de Trump estar seguro e pediu “mais ajuda” para o Serviço Secreto, incluindo a contratação de novos agentes. Kamala Harris expressou consternação e afirmou que “a violência não tem lugar nos EUA”.