REINTEGRAÇÃO DE TERRENO PÕE CASA ABAIXO E DEIXA FAMÍLIA DESABRIGADA EM SANTO ANTÔNIO DE JESUS

Polícias Militares cumprem reintegração de posse determinada pela justiça
Na última terça-feira (16), aconteceu em Santo Antônio de Jesus uma reintegração de posse de um terreno no Loteamento Grande Vale no bairro São Paulo, por determinação da justiça. Cerca de 30 Polícias Militares cumpriram o mandato expedido na semana passada. As máquinas derrubaram a casa das família que vivia naquele local. Moradores revoltados começaram então a reclamar da ordem de despejo alegando que o baldio pertence a eles. A senhora Andréia Cristiane de Santana Fernandes, que está no 9º mês de gravidez, relata em entrevista a Joselito Fróes da Recôncavo FM: “preciso deixar o local e ir morar na casa de uma vizinha com meus 4 filhos? O terreno não é de Hugo, como dizem, é de outro proprietário que passou para a minha sogra, a qual já mora lá há 14 anos. Há 8 anos estou aqui e eles despejaram a gente”, afirma. Ela diz ainda que o advogado a instruiu a não sair da casa, pois tentará recorrer na justiça na intenção de recuperar a parte onde ela mora. “Em 8 dias ganho neném e realmente não sei mais o que fazer, meu Deus”, desabafa emocionada.

Jailson Francisco dos Santos, cunhado de Andreia, fala que já mora há 17 anos na localidade e confirma que o terreno não é de Hugo. “Não temos escritura por que fizemosnegócio com um rapaz que viajou e não teve como passar o documento para a gente ainda, mas já estamos entrando com a ação e já temos um advogado. O que estão fazendo com a gente não é humano”, comenta. Ele fala que foi agredido por policiais militares, “me abordaram de tal forma que estou com a hérnia alterada, bateram em cima e estou vendo a hora dessa hérnia estourar”, desabafa. O senhor pede providências das autoridades locais. 
Trator derruba as casas irregulares no local
Leandro Govatto, advogado do referido dono do terreno, diz que o local em questão pertence à Imobiliária Planalto, empresa do senhor Hugo. “Trata-se de um loteamento feito por seu pai, onde foram vendidos vários lotes, sendo que outros sobraram e ficaram para serem vendidos depois. Estava tudo cercado, mas derrubaram a cerca e invadiram, hoje está nessa situação”, aponta. Ele afirma que fez o pedido de reintegração total do terreno, ocorreu à primeira tentativa, mas foi sem sucesso por terem comparecido poucos policiais ao local. “Se houve a venda de terceiros não foi autorizada pelo proprietário do terreno. Há provas no processo de que isso era loteado e estava à venda”, complementa. O advogado informa que a partir de agora o local vai novamente ser cercado e a Polícia vai tentar mantê-lo sem a invasão dessas pessoas, para que seja vendido ao primeiro interessado. 
Redação Voz da Bahia – Laiana Vieir