Ramarim suspende contratos em Jequié e demite mais de 300 funcionários em Santo Antônio de Jesus

Uma unidade da fábrica de calçados Ramarim, localizada em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, anunciou, na terça-feira (26), o encerramento das atividades. Devido ao fechamento, relacionado à crise causada pela pandemia, há informações prévias de que mais de 300 funcionários foram demitidos. A indústria pertence a um grupo gaúcho e tinha sido instalada há apenas cinco anos.

 

Em nota a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE) informou que está acompanhando o anúncio. A secretaria teve uma reunião com executivos da empresa, que justificaram que a ”interrupção” foi necessária, mas que os direitos trabalhistas dos empregados serão respeitados. A pasta informou ao CORREIO que a unidade empregava cerca de 400 pessoas.

A companhia também afirmou à SDE que há possibilidade de transferência de alguns funcionários para as duas unidades fabris de Jequié, onde será concentrada a produção da marca. A secretaria lamentou os desligamentos dos funcionários e disse que, numa perspectiva de melhoria do mercado pós-pandemia, será avaliada a possibilidade de retorno da operação na fábrica.

Suspensão em Jequié

Em Jequié, a Ramaim localiza-se no Distrito Industrial e é a maior geradora de emprego no ramo empresarial da cidade, tendo anunciado a suspensão de contratos de servidores pelo período de 60 dias, e que através da MP 936 irá pagar todos os direitos aos funcionários. No início da pandemia, em março, a Ramarim/Jequié já havia paralisado as atividades por 30 dias. O presidente da SINTRACAL, Carlos André, considera o momento preocupante para o setor calçadista.

O Grupo Ramarim foi fundado há quase 60 anos e está na Bahia desde 1997 produzindo calçados das marcas Ramarim e Comfortflex. Em 2012, metade de toda a produção do grupo era feita na Bahia. No seu site, a companhia se reivindica como uma das maiores maiores empresas calçadistas do Brasil, com vendas em mais de 60 países. Segundo eles, são mais de 50 mil pares de sapatos produzidos todos os dias, em 5 diferentes fábricas distribuídas pelo país.