Produtores rurais enfrentam crise com queda no preço da banana da terra em Presidente Tancredo Neves e região

Os produtores rurais de Presidente Tancredo Neves, Teolândia e regiões vizinhas estão vivendo momentos de incerteza e frustração com a drástica queda no preço da banana da terra. Após um período de alta demanda no mercado, que incentivou muitos agricultores a investirem em grandes plantações, o cenário mudou drasticamente, levando o quilo da fruta a ser comercializado por apenas R$ 1,00.

A situação se agravou após as enchentes que atingiram a região, impactando a produção e contribuindo para a desvalorização da banana. Muitos agricultores, acreditando no potencial lucrativo da fruta, chegaram a substituir culturas tradicionais, como o cacau, para apostar na banana da terra. Hoje, com a alta no preço do cacau e a baixa no valor da banana, o sentimento de arrependimento é evidente entre os produtores.

Mudança de estratégia e impacto econômico

A decisão de substituir o cacau pela banana foi motivada pela expectativa de melhores ganhos e pela alta procura registrada no último ano. Contudo, o aumento na oferta, combinado com os efeitos das enchentes, resultou em uma superprodução que fez o preço despencar.

“Investimos tudo na banana da terra, porque no ano passado estava valorizada. Agora, vendemos praticamente de graça, sem lucro nenhum”, lamenta José Carlos, agricultor da zona rural de Presidente Tancredo Neves.

Para muitos, o impacto econômico é grave, já que a banana da terra havia se tornado a principal fonte de renda de diversas famílias. Além disso, os custos com insumos, manutenção e transporte não são cobertos pelo preço atual de venda, gerando prejuízos que dificultam a sustentabilidade das propriedades.

Desafios e possíveis soluções

Os produtores agora buscam alternativas para minimizar os danos causados pela crise. Alguns cogitam voltar a investir no cacau, cuja valorização recente reacendeu o interesse na cultura. No entanto, retomar a produção do cacau, após anos dedicados à banana, exige tempo e novos investimentos.

Outra possível solução está na organização de cooperativas ou na busca por novos mercados para a banana da terra, como a industrialização e exportação, que poderiam agregar valor ao produto. Ainda assim, essas iniciativas dependem de apoio do poder público e de entidades ligadas à agricultura.

Apelo por suporte governamental

Diante da crise, os agricultores pedem maior atenção das autoridades municipais e estaduais. A criação de políticas públicas que ofereçam suporte técnico e financeiro, além de incentivos para diversificação de culturas, é vista como essencial para evitar o colapso econômico no campo.

“O produtor rural é o que sustenta a economia da nossa região, e estamos abandonados. Precisamos de ajuda para enfrentar essa situação e continuar no campo”, desabafa Maria de Fátima, produtora de Teolândia.

Enquanto aguardam soluções concretas, os produtores rurais da região tentam resistir à crise com criatividade e resiliência, mas o futuro ainda é incerto para quem depende da banana da terra como sustento principal.