PREÇO DO FEIJÃO SUBIU POR CAUSA DA SECA E DESINTERESSE DE AGRICULTORES

Depois de meses de alta consecutiva, o feijão deverá voltar no primeiro trimestre deste ano a ter seu sabor delicioso mais presente na mesa dos acreanos.  O preço do produto disparou com a estiagem nas regiões produtoras. Além do mau tempo, o presidente da Associação Comercial do Acre e da secção acreana da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Adém Araújo, responsabiliza o desinteresse de muitos agricultores de cultivar o feijão na safra passada por causa do mercado.  “Somando uma coisa com outra, os preços acabaram subindo muito”, explicou Araújo.
Em Rio Branco, o feijão subiu 56,71% em dezembro se comparado aos valores praticados no mês anterior. Segundo pesquisa Cesta Mensal da Cesta Básica, da Secretaria de Planejamento, o grão vem apresentando aumento significativo no seu preço desde agosto de 2007, provocando escassez do produto.

Puxado pelo preço do feijão, o custo da cesta básica em Rio Branco foi de R$ 138,49 no mês de dezembro e registrou alta de 6,78% em relação a novembro. Mas não foi só o feijão que aumentou o preço no período – o óleo  subiu 10,20% em decorrência de fatores climáticos que prejudicaram o plantio da soja, seu mais importante insumo; o frango aumentou 6,58% por causa da  crescente demanda, e a exportação para outros países elevou o preço do produto, além da alta no preço do milho, matéria-prima para a fabricação da ração, uma das principais fontes de alimentação da ave.
A banana subiu  3,5%, em função de fatores climáticos (temporada chuvosa), que comprometeram o escoamento do produto.
Mais baratos – Os produtos que tiveram queda nos preços entre novembro e dezembro do ano passado foram  a mandioca, cujo preço caiu 3,91%, tomate (-3,25%), açúcar (-2,70%), pão (-0,97%)  e arroz (-0,56%).
Os dados da Seplan levam em conta o consumo médio de uma “família padrão”, grupo constituído por dois adultos e três crianças (considerando que uma criança consome a metade da provisão de um adulto). De acordo com a pesquisa, uma  família padrão gasta por mês R$ 484,70 na aquisição na cesta básica alimentar – o equivalente a 1,28 salário mínimo – e precisaria ter uma renda de R$ 616,34 para suprir sua necessidade básica com alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica, representando 1,62 salário mínimo.
Edmilson Ferreira
Agência de Notícias do Acre