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14 de março – dia da Poesia. Parabéns, ó amada da minh’alma!
Ler poesia é uma prática muito antiga. Os povos gregos utilizavam esse instrumento como forma de diversão e prazer em suas diversas manifestações culturais. Essa prática foi se enriquecendo ao longo dos anos e dos séculos. Hoje, a poesia, mais que um ato de prazer, é fonte de conhecimento, de interação e de descoberta do mundo. Ela cria um link entre o universo ficcional e o universo real.
A poesia nos transporta para mundos desconhecidos, revelando aspectos de nossa constituição psicoemocional, cognitiva, lúdica e cultural, podendo, por conseguinte, ser utilizada como recurso valioso na formação educacional de jovens em idade escolar. A escola tem, dentre as suas atribuições didáticas, o objetivo de estimular a leitura de poesias em sala de aula.
Em virtude da sua hegemonia podemos afirmar que, a vida se cristaliza na essência poética. Ela tem a capacidade de elevação, provoca uma inquietação e movimento interno no leitor, tornando, assim, extremamente significativa para a formação do indivíduo. A sua presença é marcante em diversos espaços: familiar, religioso, nas relações amorosas, nas discussões filosóficas, políticas, enfim, está direta ou indiretamente vinculada à sociedade.
A leitura poética é uma espécie de fonte da qual emanam múltiplas possibilidades, favorecendo ao sujeito a interação com o mundo. É na literatura – poesia –, que se encontra o espaço da criação e da liberdade de pensar. “Ler literariamente é, portanto, impedir que a alma engorde, abrir janelas para o saber transformador” (Jorge Araujo).
O homem na sua excelência tem revelado a sua grandeza por intermédio da arte, seja na música, na pintura, na escultura, na dança, mas através da literatura, torna-se um sujeito completo, possibilitando dar asas a sua imaginação e aguçar a sua percepção.
No período da Ditadura Militar ocorrida no Brasil em 1964, a poesia foi um veículo de grande relevância social. Utilizada por muitos compositores e cantores para transmitir mensagens de repulsa ao sistema dominador. Sorrateiramente foi adentrando na sociedade e dando o seu recado.
Destarte, a escola precisa resgatar o trabalho com a poesia, introduzi-la nas mais diversas atividades docentes não, apenas, como mera atividade curricular, mas, sobretudo, como uma grande aliada no desenvolvimento crítico, afetivo, emocional, cognitivo dos educandos e das educandas.
Hoje, percebemos a importância da leitura literária nas escolas, todavia, já foi muito criticada. Segundo Zilberman (1993, p. 13), no século XVIII, com a difusão da leitura proveniente da ação das escolas ocorre uma democratização do saber, “[…] aparecem as primeiras expressões de uma cultura massificada, devido à explosão de uma literatura popular […]”. Esse tipo de literatura foi condenado nas escolas da época, pois influenciados pelo Iluminismo, os pedagogos daquele período preferiam as obras de caráter informativo e religioso, que impedissem o escapismo e a fantasia. As pessoas deveriam viver atreladas a uma educação dominadora. A difusão das obras literárias poderia causar um choque social, entre as classes dominante/dominada, uma vez que para a sociedade daquela época, quanto mais as pessoas vivessem na escuridão do conhecimento, melhor seria, porquanto, não representavam nenhum tipo de ameaça ao elitismo.
Basta-me um pedaço de papel e uma caneta. O resto… deixo por conta do coração.