Pandemia traz à tona a importância do cuidado com as questões psicológicas

Há mais de um ano, os brasileiros estão em isolamento social e aqueles que atuam em serviços considerados como essenciais seguem no dia a dia das cidades, as quais tiveram sua rotina alterada e trazem um ponto comum a todos: o medo da contaminação pelo coronavírus. Diante deste novo fluxo de vida, a saúde mental passou a figurar como uma área que precisa de um maior zelo e atenção por parte das pessoas. Se no passado procurar a terapia era algo visto como negativo, agora o jogo mudou.

Dados de um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet no ano passado, mostraram que os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril de 2020. E o que mais chama atenção é: como será possível driblar esta realidade e tentar manter a mente mais calma em relação às adversidades do momento? “Seja gentil consigo e com os outros, procure a busca pelo autoconhecimento e acrescente momentos prazerosos na rotina, como realização de atividade física, meditação, adquirir um novo hobby ou até mesmo fortalecer relações familiares e sociais, podem ser pontos de ajuda”, sugere a psicóloga do Sistema Hapvida, Marta Érica.

Profissionais

Estar em paz tem sido ainda mais desafiador para a população economicamente ativa, que independente de estar trabalhando em home office ou externamente, tem precisado lidar com as preocupações pessoais e profissionais.

De acordo com Marta, devido ao aumento na demanda de algumas profissões, há um agravamento do nível de tensão sobre os profissionais, ocasionando o surgimento de sintomas como exaustão, desgaste físico e mental; cefaleia frequente, disfunções alimentares, sono não restaurador, insônia, baixa concentração e instabilidade emocional.

De maneira geral, a especialista chama atenção para a necessidade de ações preventivas que evitem o surgimento de problemas psicológicos. “Caracterizada por um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, a Síndrome de Bornout pode ser desenvolvida em casos de alta demanda no ambiente de trabalho. É importante que  os líderes estejam atentos e, sempre que possível, permitam uma valorização ao profissional. Além disso, nas horas vagas, a pessoa precisa de tempo para exercer atividades prazerosas”, aponta.