Nesta segunda-feira (19), o dólar apresentou uma leve queda na abertura do mercado, influenciada pela debilidade da moeda no cenário internacional. Este movimento ocorre em uma semana marcada por importantes eventos econômicos, incluindo um discurso aguardado de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
Às 9h04, a moeda americana era negociada a R$ 5,4561, refletindo uma queda de 0,2%. Na última sessão da semana anterior, a divisa havia registrado uma redução de 0,28%, fechando a R$ 5,467. Paralelamente, a Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, experimentou uma leve queda de 0,15%, encerrando o dia em 133.953 pontos, após flertar com registros durante o pregão.
Recentemente, o mercado tem sido influenciado pela situação econômica dos Estados Unidos, especialmente após dados surpreendentemente positivos que dissiparam, por agora, os temores de uma recessão iminente. Esses indicadores reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve possa iniciar um ciclo de redução de juros já em sua próxima reunião em setembro.
Marcio Riauba, gerente de Mesa de Operações do StoneX Banco de Câmbio, comentou: “Os ativos de maior risco estão se recuperando graças a indicadores que têm mitigados os temores de uma recessão global. Além disso, os dados atuais sugerem que o Fed pode começar a cortar os juros sem a necessidade de uma redução drástica.”
Inicialmente, especulava-se que o Fed poderia promover um corte agressivo de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, que atualmente varia entre 5,25% e 5,50%. No entanto, agora a probabilidade maior é de um corte mais moderado de 0,25 ponto, como indica 76,5% dos investidores segundo a ferramenta CME FedWatch.
No Brasil, a economia mostra sinais de robustez, conforme indicado pelo IBC-Br, frequentemente chamado de “prévia do PIB”. O índice avançou 1,4% em junho em relação ao segundo maio e encerrou o trimestre com um crescimento de 1,1%. Esses resultados superaram as expectativas dos economistas, que previam um aumento de apenas 0,50% para o mês.
Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital, observa: “Os dados do IBC-Br transferiram o Ibovespa nas primeiras, refletindo a percepção de horas de que a atividade econômica brasileira é forte. Contudo, a ocorrência da curva de juros diminuiu uma possível alta na Selic nas próximas reuniões para conter a atividade acabou por influência no mercado.”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou em um evento recente que, se necessário, a taxa Selic poderá ser elevada para trazer a inflação de volta à meta estabelecida, reforçando a possibilidade de um novo abertura monetária no país.