A estagnação do salário médio pago aos bancários levou tais trabalhadores a entrar em greve desde da última semana. Entre os fatores que contribuem para tal estagnação está a alta rotatividade do setor que substitui, com cada vez mais frequência, os funcionários com salários mais altos por jovens que ganham em geral a metade; e a questão do gênero que pode ser pecebida ao se deparar com o fato de que os bancos têm contratado muito mais mulheres, a quem costumam pagar menos, do que homens.
A questão da greve dos bancários, mesmo sendo um protesto da categoria, discute questões que afetam grande parte da sociedade brasileira, e em Tancredo neves logico não é diferente o povo enfrenta filas gigantes na tentativa de ralizar saques ou faz deposito, pois estas mesmas questões estão impregnadas em boa parte das relações de trabalho nas empresas modernas.
Com tudo isso, cria-se a ilusão de que o salário do trabalhador está aumentando, enquanto, na verdade, o que aumentou foi o volume de contratações, com um custo cada vez mais baixo para os patrões e cada vez mais alto para os empregados.
Não são apenas os altos lucros das instituições financeiras que estimulam os bancários a cruzarem os braços em busca de melhores salários.
A greve do setor que faz mas de outo dias nesta quinta feira (06/10), também tem origem na insatisfação dos trabalhadores com a rotatividade do emprego, sobretudo aquela relacionada à troca de funcionários de mais altos salários por jovens com menor remuneração.
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) ajuda a dimensionar esse fenômeno.
No primeiro trimestre de 2011, os bancos desligaram de seus quadros 8.947 trabalhadores, que possuíam um salário médio de R$ 4.086,32, e contrataram 15.798 novos empregados, com remuneração média de R$ 2.330,25.
Apesar do saldo positivo de 6.851 vagas geradas, a diferença salarial entre admitidos e desligados foi de 42,97%, acima do verificado no ano anterior, de 37,57%.
De acordo com o técnico do Dieese Miguel Huertas Neto, um dos responsáveis pela pesquisa divulgada em julho, a rotatividade explica porque, nos últimos seis anos, os bancários empregados acumularam reajuste real de pelo menos 12,2%, mas a média salarial do setor subiu apenas 3,6% – de R$ 4.278, em 2004, para R$ 4.435, em 2010, em valores já corrigidos pela inflação.
Com remuneração menor, a juventude é a nova cara do trabalhador bancário. Entre os 15.798 funcionários admitidos nos primeiros três meses deste ano, 72,84% tinham até 29 anos. Já entre os trabalhadores com mais de 40 anos, houve 2.002 mais desligamentos do que admissões.
“O principal motivo de desligamento continua sendo ‘a pedido’, com quase a metade dos desligamentos. Em relação aos bancários que foram desligados, observa-se que, além de a maioria ter pedido demissão, eram pessoas com maior escolaridade, principalmente aquelas com ensino superior completo”, explica Huertas.
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