Alguns candidatos ou seus representantes parecem ainda não ter entendido o que significa liberdade, muito menos direito e tentam a todo custo violentar a liberdade de pensamento e de reflexão sobre determinados candidatos. Para estes maus “elementos” que em nada representam o verdadeiro significado da política, eleição se faz com o que há de pior no comportamento humano, ameaças, agressões verbais e físicas e até mesmo assassinatos.
Este comportamento via de regra não representa o pensamento dos candidatos em sua maioria, que tentam a todo custo passar a imagem de “bom moço” para seus eleitores e procuram não se envolver diretamente com atitudes que não sejam o desejável pelo cidadão comum. Na prática, os que partem para a agressão injustificada, irracional e criminosa, são os “ratos” do poder, aqueles “maus elementos” que estão acompanhando um determinado candidato esperando um cargo com altos salários na prefeitura, para assim violentarem desta vez os cofres públicos.
Casos de violência nas eleições na Bahia viraram uma rotina cruel, onde jornalistas, fotógrafos, radialistas, blogueiros ou até mesmo qualquer cidadão que seja de um partido oposto, são ameaçados, torturados, agredidos em via pública sem que os criminosos sejam punidos. Ficam impunes por conta da arcaica e ininteligível Lei Eleitoral Brasileira, que a cada dois anos transforma o país numa espécie de “país onde tudo pode” e nem a polícia e o judiciário se movem para investigar com afinco, pois dizem que neste período mesários, fiscais e candidatos já não podem ser presos, salvo em flagrante.
Os casos de violência são mais evidentes em cidades pobres, com população menor que 100 mil habitantes, como é o caso de Gandu, onde o repórter fotográfico Pedro Augusto foi vítima de sequestro-relâmpago na tarde de domingo (23). Situação de violência tem sido registrada também em Teolândia, Camamu, Itabuna, Ubatã e em Valença, todos os municípios na região sul do estado. Em Valença, a situação ficou pior nas duas últimas semanas quando um dos candidatos teve suas placas destruídas, carros de propaganda apedrejados, filha de candidata à vereadora baleada e ameaças veladas de morte em via pública, tudo isso sem que nenhuma queixa tenha sido registrada.
No último sábado (22) durante a cobertura de um debate eleitoral no município de Valença, duas repórteres do AindaHoje.com foram agredidas por um cabo eleitoral de um candidato a vereador. Já na noite de ontem (26) o radialista Ciro Pimentel teve a casa apedrejada e escapou de ser linchado por partidários de um candidato, que fazia caminhada no bairro do tento onde reside o radialista.
A moto do radialista foi cercada por dezenas de partidários que com os punhos serrados, pedaços de pau e pedras nas mãos diziam que iriam espancar até a morte o radialista. Coisa que só não aconteceu porque outros representantes do candidato interferiram na confusão e evitaram o pior naquele momento, mas não evitou que durante a madrugada os atos de violência não se repetissem. Valença não tem histórico de violência em eleições anteriores, o Judiciário e a polícia precisam agir rápido para evitar uma tragédia nos próximos dias na cidade. Outros municípios já tomaram providências e solicitaram reforço policial e a força nacional de segurança para manter a ordem pública.
A presidente do TSE, Ministra Carmem Lúcia, participou de reunião com representantes do TRE da Bahia, quando manifestou sua preocupação quanto à segurança das cidades no dia das eleições. “Nós temos preocupação com relação à segurança porque nas eleições municipais a emoção toma conta muito mais do que nas eleições gerais”, disse ela.
A Ministra ainda lembrou que este ano haverá uma presença maior das urnas biométricas e será ainda a primeira eleição com a vigência da Lei da Ficha Limpa. O corregedor geral do TSE-Ba, Josevandro Andrade, ressaltou que o órgão está montando um plano especial em conjunto com a Polícia Militar e Polícia Civil, visando garantir a tranquilidade dos municípios onde a questão da segurança esteja mais sensível. Fonte Ainda Hoje