SUSPEITO É AMARRADO A POSTE DEPOIS DE ROUBO EM LANCHONETE

Foto: Divulgaçao

Foto: Divulgaçao

Um rapaz de 26 anos foi amarrado em um poste na cidade de Itajá, em Santa Catarina, depois de um assalto a uma lanchonete, segundo a Polícia Militar. O crime aconteceu às 14h desta quinta-feira (horário de Brasília). Segundo a PM, Rafael Assis Chaves já estava preso com cordas a um poste no bairro de Codeiros quando uma guarnição chegou ao local. À Folha Online, o delegado Gilberto Cervi Silva disse que moradores amarraram o rapaz depois que ele assaltou a lanchonete. Ele disse ainda que não vai investigar quem imobilizou o rapaz.

O delegado disse que Chaves tinha alguns machucados quando foi retirado do poste, “mas é só coisa leve”. Ele foi preso logo em seguida, mas não quis dizer quem o amarrou e afirmou que só falará sobre qualquer coisa em juízo. “Ele é um vagabundo, já tem um monte de passagem”, disse ainda o delegado, que não detalhou por quais crimes Chaves já foi preso. Chaves foi autuado em flagrante por roubo. Segundo a PM, Chaves e um comparsa chegaram de moto à lanchonete, onde roubaram R$ 2 mil. Ele foi pego quando tentava subir novamente na moto para fugir. O parceiro conseguiu fugir a pé e ainda não foi localizado pela polícia. O dono da lanchonete disse à Polícia Civil que a dupla estava armada e tentou atacar clientes do local

DEIXAR O CIGARRO CONTRIBUI PARA O BEM-ESTAR MENTAL, TENDO O MESMO EFEITO QUE O USO DE ANTIDEPRESSIVOS.

Deixar o cigarro contribui para o bem-estar mental, tendo o mesmo efeito que o uso de antidepressivos, aponta um estudo publicado no periódico médico British Medical Journal (BMJ), na edição disponível a partir desta sexta-feira.
De acordo com os pesquisadores britânicos, que revisaram 26 estudos sobre o tema, o efeito de parar de fumar pode ser “equivalente, ou superior, ao de antidepressivos utilizados no tratamento da ansiedade, ou de transtornos de humor”.
Os fumantes incluídos nos trabalhos eram “medianamente dependentes”, com idade média de 44 anos, e fumavam de 10 a 40 cigarros por dia. Do total, 48% eram homens.
Eles foram entrevistados antes de sua tentativa de parar de fumar e, novamente, depois de conseguirem largar o hábito, em uma janela que variou de seis semanas a seis meses.
Os que conseguiram deixar o cigarro estavam menos deprimidos, menos ansiosos, menos estressados e com uma visão positiva da vida do que os que não conseguiram abandonar o vício. A melhora foi perceptível nas pessoas afetadas por transtornos mentais logo que pararam de fumar.

Nenhuma avaliação de acompanhamento do estado mental voltou a ser feita, porém, em especial nos casos dos ex-fumantes que tiveram recaídas.

A coordenadora do estudo, Genma Taylor, da Universidade de Birmingham, disse esperar que os resultados permitam dissipar falsas ideias, como a que atribui ao cigarro qualidades antiestressantes, ou relaxantes.
“Comparando não fumantes e fumantes, encontramos uma associação entre uma pior saúde mental nos fumantes”, acrescentou.
Segundo números divulgados em julho passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o cigarro seria responsável pela morte de pelo menos 6 milhões a cada ano, número que pode atingir 8 milhões até 2030.

MENOR É APREENDIDA COM R$ 1.800 EM NOTAS FALSAS EM JEQUIÉ.

Uma menor de 16 anos, natural de Itambé, mas residente em Vitória da Conquista foi apreendida pela Polícia Militar, em Jequié, com 18 cédulas falsas de R$ 100,00, totalizando R$ 1800,00 reais em notas falsas. Segundo a PM, a adolescente teria tentado comprar uma bijuteria em uma barraca, instalada nas proximidades do Terminal Rodoviário de Jequié. O dono do estabelecimento ao perceber que o dinheiro era falso devolveu a nota para a menor e acionou a Polícia Militar, que efetuou a apreensão da jovem. Ao ser interrogada, ela revelou que um homem de Vitoria da Conquista teria lhe oferecido R$ 300,00 para entregar a grana a uma mulher no bairro do Jequiezinho. Os nomes dos envolvidos não foram revelados. 
Informações do Blog Marcos Frahm.

THE ECONOMIST: DILMA PEDE CHUVA A SÃO PEDRO, MAS TAMBÉM TEM CULPA NO CARTÓRIO.

SÃO PAULO – “Rezar para São Pedro não parece ser uma política energética. Contudo, é isso que o governo brasileiro parece fazer para cair a chuva, em meio a uma iminente crise no setor.”
Assim se inicia a reportagem da revista The Economist desta semana que ressalta os temores de racionamento no Brasil, uma vez que o “santo parece ter economizado” este ano nas chuvas que deveriam cair entre dezembro a março. Este é o período em que os reservatórios enchem de água e movimentam as hidrelétricas, que respondem por cerca de 80% da energia elétrica do País.
Por outro lado, pressionando ainda mais, está o aumento do consumo, com os brasileiros usando 10% mais energia do que no mesmo período de 2013. A The Economist avalia, assim, que o tempo e a riqueza ajudam a explicar essa situação, uma vez que o verão mais quente e os rendimentos mais elevados fazem os brasileiros procurarem refúgio debaixo do ar-condicionado.
Porém, a revista aponta para outro fator para que o País esteja na atual situação: a política de Dilma Rousseff. Em 2012, a presidente se comprometeu a reduzir as contas de energia em 20% e, para isso, optou por renovar concessões que estavam prestes a expirar com a condição de que elas cortassem tarifas. Nem todos concordaram, mas muitos o fizeram, gerando pressão sobre muitas companhias elétricas, como já havia alertado a agência de classificação de risco Fitch.

Além disso, a The Economist também reforça as falas do Ministério da Energia, que afirma que o Brasil “goza de um excedente estrutural”. Mas a capacidade instalada não é o mesmo que energia assegurada, máxima produção de energia que pode ser mantida quase continuamente pelas usinas ao longo do ano.

Assim, conforme ressalta Arthur Ramos, da consultoria Booz & Co, “ninguém sabe o quanto de energia está realmente garantida” e, assim, com o clima adverso, o governo não deve descartar racionamento.
A revista destaca que a rede elétrica do Brasil é mais resistente e diversificada do que era em 2001, quando houve racionamento de energia. Porém, os riscos de novos racionamentos ainda são altos. Soma-se a isso o atraso na construção de novas linhas de energia e o cenário está completo.
Por fim, a The Economist destaca que, dificilmente, ela volte atrás em sua promessa de cortar os preços de energia, o que conteria a demanda, mas aumentaria a inflação e irritaria os eleitores. “Por outro lado, ela não quer uma reprise das eleições de 2002, quando o apagão favoreceu o PT (Partido dos Trabalhadores) a ganhar o pleito. É para você, São Pedro”, finaliza a revista.

SOCORRISTA DO SAMU É ASSALTADO AO PRESTAR ATENDIMENTO.

 
O técnico de enfermagem que trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi assaltado enquanto atendia vítimas no México 70, em São Vicente, no litoral de São Paulo, falou sobre os momentos de tensão que viveu ao ser abordado por quatro jovens menores de idade. Eles o assaltaram no dia em que um incêndio destruiu ao menos 80 barracos na comunidade.De acordo com o socorrista, que preferiu não se identificar, ele estava atendendo a segunda vítima do dia quando foi abordado pelos jovens. “Eu já havia atendido uma moça que ficou ferida após ser atingida por uma bala de borracha. Após deixa-la no Hospital Municipal de São Vicente, voltamos pro México 70”, afirma.
No momento em que ele voltou para a comunidade, ficou sabendo de uma outra vítima que teria inalado muita fumaça e precisava de ajuda. “Quando voltei para a viatura para buscar algumas coisas esses quatro jovens, menores de idade, me abordaram e um deles tinha uma arma de fogo. Eles me pediram algum bem de valor e, como estava sem carteira e celular, entreguei minha aliança e eles fugiram”, diz.
O técnico de enfermagem conta que foi bastante ameaçado durante os momentos que ficou rendido. “Em todo momento eles diziam pra mim que se eu contasse para alguém eu tava ‘f…’. Entreguei o que possuía. Tenho dois filhos e pensei neles no momento”, conclui.

Caso
O incêndio que destruiu mais de 80 barracos na comunidade do México 70, no bairro Vila Margarida, em São Vicente, no litoral de São Paulo, foi controlado e as chamas extinguidas pelos bombeiros no dia 11 de fevereiro. Em meio à fumaça e as chamas algumas pessoas acabaram se desentendendo e Policiais Militares dispersaram a multidão com bombas de efeito moral e balas de borracha.

Durante o incêndio, alguns profissionais do Corpo de Bombeiros e Samu foram assaltados por criminosos que se aproveitaram da confusão. Policiais continuam investigando os crimes.

VÍDEO: HOMEM PEDE CERVEJA E MORRE COM UM TIRO NO OLHO.

O pedreiro Valdemir dos Santos Ferreira, de 43 anos, foi assassinado a tiros por volta do meio-dia de quinta-feira (13), enquanto tomava uma cerveja, em uma barraca, na feirinha da Estação Nova, situado na Avenida João Durval Carneiro, Bairro Ponto Central, em Feira de Santana. 
 
Segundo testemunhas, os autores dos disparos foram dois homens que estavam em uma motocicleta. Também saiu ferida na ação dos marginais a dona de casa, Rosa Correia da Mota, de 62 anos. Ela foi atingida no pé, quando passava pelo local. A idosa foi socorrida por uma unidade do Serviço do Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para uma unidade de saúde. O corpo do pedreiro foi encaminhado para o Departamento de Policia Técnica (DPT).
http://www.youtube.com/watch?v=8ybdmnI6DG8#t=42
Vídeo Marcos Valentim – Boca de Zero Nove

MULHER TRAÍDA CORTA TATUAGEM COM NOME DO NAMORADO

Torz Reynolds, de 26 anos, descobriu que seu namorado tinha a traído e resolveu se vingar de uma maneira absurda. A mulher, de Londres, havia pensado que o namorado tinha terminado com ela porque havia conseguido um emprego de seus sonhos no Alasca, mas na verdade descobriu que ele tinha outra mulher.Semanas depois, ela cortou seu braço com um bisturi e removeu uma tatuagem com o nome do rapaz. Em seguida, ela pegou a pele cortada e enviou para o ex pelos correios. Ela gastou uma hora e meia para cortar cuidadosamente a pele de seu braço.
Os restos da tatuagem foram colocados em um frasco, embrulhados e enviados via correio registrados para seu ex-namorado. Ela ainda rastreou o objeto para saber quando Chopper, de 24 anos, receberia o item. O ex-namorado se recusou a comentar o assunto.

MATRICULA PARA REDE ESTADUAL COMEÇA NESTA SEGUNDA FEIRA.

As matrículas para a rede estadual de ensino começam nesta segunda-feira (17) e vão até o próximo dia 26 de fevereiro. Independentemente de qual escola o aluno deseja estudar, o processo poderá ser feito em qualquer unidade de ensino, presencialmente, ou por meio do Portal da Educação. O ano letivo de 2014 será iniciado no dia 10 de março. Poderão fazer a matrícula pela internet os estudantes regularmente matriculados na rede estadual que tenham frequência regular até o final do ano letivo 2013, os que não renovaram sua matrícula ou aqueles que pretendem se transferir para outra unidade. Alunos vindos das redes municipais de Salvador, Catu e Feira de Santana também poderão se matricular pelo portal, com o código encaminhado pelas secretarias municipais. Já a matrícula para estudantes novos de outras cidades ou da rede particular ocorrerá diretamente na escola. Para fazer a matrícula, estudantes, pais ou responsáveis deverão apresentar o original do histórico escolar; os originais e as cópias da Certidão de Registro Civil ou Cédula de Identidade, do CPF e do comprovante de residência, além da carteira do Setps para escolas da capital baiana.

ADRIANO VOLTA A JOGAR APÓS QUASE DOIS ANOS, E ATLÉTICO-PR VENCE O STRONGEST.

 

Uma noite especial na Vila Capanema. A vitória por 1 a 0 sobre o The Strongest, nesta quinta-feira, não marcou apenas a estreia com pé direito do Atlético-PR na fase de grupos da Taça Libertadores. Marcou também o retorno de Adriano aos gramados, depois de 22 meses afastado – a última partida do atacante havia sido no dia 4 de março de 2012, na derrota do Corinthians para o Santos, pelo Campeonato Paulista. Em seu primeiro jogo pelo Furacão, ele entrou aos 40 minutos da etapa final, praticamente não tocou na bola e não finalizou contra o gol rival. Mas quem se importa? Após ameaçar largar a carreira por causa de várias lesões e problemas extracampo, o Imperador era só alegria.
–  É um dia muito importante. Poder volta a jogar era a coisa mais importante para mim. Obrigado a todos – disse o camisa 30 logo depois da partida.

Ainda em busca da melhor forma física e de ritmo de jogo, Adriano trabalha gradativamente para ajudar o Rubro-Negro na Libertadores. E enquanto não chega a hora de ele atuar durante 90 minutos, o Furacão deu o primeiro passo para chegar ao mata-mata. O volante Paulinho Dias fez o gol da vitória contra os bolivianos ainda no primeiro tempo, e a equipe divide a liderança do Grupo 1 com o Vélez Sarsfield – o time argentino venceu o Universitario no outro jogo da rodada.

O Atlético-PR volta a campo no próximo dia 25, às 19h45m (de Brasília), contra o o próprio Vélez Sarsfield, no estádio José Amalfitani, na Argentina. O The Strongest busca a reação contra o Universitario, dia 20, no Hernando Siles, na Bolívia.
A partida teve 11.731 presentes – 10.485 pagantes, com renda de R$ 234.995 –, e estes viram um primeiro tempo brigado, mas com vantagem rubro-negra. Os times

MOEDA VIRTUAL BITCOIN COMEÇA A GANHAR ESPAÇO NO COMÉRCIO BRASILEIRO

O programador André Horta, de 30 anos, levou seu Honda Fit a uma oficina de Belo Horizonte para uma revisão mecânica que custou R$ 430. Para quitar a fatura, André não usou cartão de débito ou crédito, cheque ou mesmo dinheiro vivo. O pagamento nem foi feito exatamente em reais. Diego Silva, o dono da concessionária, recebeu um total de 0,22 bitcoins, a moeda virtual mais conhecida da internet e que pode ser um modelo para uma revolução nos meios de pagamentos e recebimentos em todo o mundo.
A transação só foi concretizada após uma conversa demorada, pois houve desconfiança do estabelecimento de Silva.
“O que ajudou muito foi que [o dono da oficina] podia receber na conta bancária dele em dinheiro”, diz André.
Mas por que então não fazer uma simples e usual transferência bancária? Justamente porque, respondem os defensores e entusiastas do bitcoin, não há bancos como intermediários. A moeda que só existe no ambiente virtual foi criada há apenas 4 anos e circula por meio de transações entre “carteiras” que existem nos computadores dos usuários. Também não há controle de nenhum banco central do mundo. Para especialistas, o bitcoin pode não durar, mas seu modelo deve permanecer.
Reza a lenda (e tudo realmente indica que seja somente uma lenda) que tudo começou com um japonês chamado Satoshi Nakamoto, com 37 anos à época do surgimento do bitcoin. 

Ninguém nunca o viu pessoalmente. Acredita-se que ele represente um grupo do setor financeiro europeu. O enigmático “criador” da moeda é também o maior detentor de bitcoins do mundo: com mais de 1 milhão de BTCs, a fortuna virtual do “suposto” Nakamoto poderia valer mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,35 bilhões). Curiosidade: o significado do nome Satoshi, em japonês, é

Em janeiro, a revista “Bloomberg Businessweek” perguntou: “Por que investidores estão tão loucos por uma moeda alternativa criada por um fantasma?” Em um recente relatório para investidores, o tradicional Bank of America respondeu: “Acreditamos que a moeda possa se transformar em um grande meio de pagamento para o comércio eletrônico e se tornar uma séria competidora a instituições de transferências tradicionais”. E Ben Bernanke, que acaba de deixar a presidência do poderoso Federal Reserve, o banco central dos EUA, deu uma bênção cautelosa: “Talvez seja uma promessa a longo prazo”.
Já os governos da China e da Tailândia proibiram o bitcoin. O motivo oficial é o temor de que a moeda seja usada em lavagem de dinheiro. Sua ampla utilização na “Silk Road” (Rota da Seda), um “esconderijo” na internet onde se comercializavam drogas e armas, também deu uma pinta marginal à moeda, o que vem causando problemas para o avanço do bitcoin. No final de janeiro, o vice-presidente da fundação Bitcoin deixou o cargo após ser preso acusado de lavagem de dinheiro e de ligações com a Rota da Seda. A Apple retirou sem explicações um aplicativo de carteira digital de sua loja virtual.
O Banco Central brasileiro declarou em nota ao G1 que o assunto não tem importância no momento. “A própria lei estabelece que sejam regulados apenas os arranjos de pagamentos que, segundo avaliação técnica, possam ter importância sistêmica. O BC analisou o emprego de bitcoins e, por ora, considera que ele não é de relevância para o sistema financeiro brasileiro”.
Há vantagens e também riscos no bitcoin, e alguns comerciantes brasileiros estão começando a despertar para o seu uso. A mais visível delas é conseguir fugir das taxas de bancos e de operadoras de cartão. A adoção como meio de pagamento já ocorre no Brasil por 27 estabelecimentos comerciais, de acordo com o Coin Map – serviço que reúne lugares que se dispõem a receber pagamentos dessa forma. No total, já são mais de 2,6 mil em todo o mundo. A Campus Party Brasil em São Paulo, evento já tradicional voltado à tecnologia, teve um caixa eletrônico para troca de reais pela nova moeda.
Sem taxa de serviço
Transferir bitcoins, hoje, não custa nada. Esse cenário torna a moeda atrativa para quem precisa transferir dinheiro entre países diferentes, nos quais taxas bancárias e de câmbio inflam o custo do processo. Já existem brasileiros donos de hostels, lojas de suplementos vitamínicos e até taxistas, chaveiros e bares que fazem suas transações com a moeda virtual. Em Santos, no litoral de SP, um apartamento de 90 m² (três quartos e dois banheiros) é vendido por US$ 250 mil. O empresário Rodrigo Souza, que mora em Nova York, aceita apenas bitcoins como forma de pagamento.
Adepto do bitcoin há cerca de dois meses, o Caracol Hostel de Florianópolis (SC) recebeu pela estadia de um hóspede alemão o valor de R$ 240, pouco menos de 0,1 BTC à época. Outros dois turistas da Polônia entraram em contato, fizeram reservas para se hospedar no local e avisaram que pagarão com bitcoins.
“Por que a gente não deveria aceitar?”, pergunta Enzo Baldessar, funcionário do hostel responsável pela implantação. “As operadoras de cartão de crédito cobram 5%. Em uma operação recente, um cara mexeu US$ 150 milhões sem pagar nada de tarifa. É muito eficiente. Quanto ele não pagaria se fizesse uma operação interbancária? Seria dinheiro jogado fora?”
O bar e bicicletaria Las Magrelas, de São Paulo, entrou para o time pró-bitcoin relativamente cedo, em maio de 2013, e já registrou sete transações com a moeda. “Isso vai bombar a qualquer momento”, diz Talita Noguchi, de 27 anos, uma das proprietárias. “É absurdamente simples. Quando você vê o negócio acontecendo, percebe o quão fácil é. É meio sem sentido as pessoas terem medo, porque ainda por cima é superseguro”.
Com clientes fora do país, o escritório de design Modern Lovers, também de São Paulo, adotou a moeda em outubro, quando recebeu o equivalente a US$ 6 mil em bitcoins para criar a identidade visual de lâmpadas de LED carregadas com energia solar. O serviço foi encomendado por um australiano, que chefia a subsidiária na África do Sul de uma firma do Reino Unido.
“A gente passou a usar bitcoin porque a gente recebia via banco. Além de demorar dias, recebendo US$ 1 mil ou US$ 100 vão cobrar aquelas taxas gigantes”, afirma Fabrício Bellentani, um dos sócios do escritório. “Mas ainda são muitos poucos os clientes que usam e que têm essa noção”.
1 bitcoin = R$ 1,9 mil
É bom lembrar que as transações via bitcoin, apesar de não terem o registro de instituições financeiras, constituem comercialização de bens e, sem a declaração à Receita Federal, podem representar fraude.
E, sim, há riscos envolvidos: uma das preocupações de economistas é a volatilidade da moeda. Um bitcoin valia US$ 0,01 em 2011 e sua cotação já atingiu US$ 880 (R$ 1,9 mil), o que mantém alguns comerciantes com um pé atrás. “Transformo isso em real quase imediatamente”, diz Talita, do bar Las Magrelas, entusiasta da moeda.
Baldessar, do hostel de Florianópolis, afirma que “por ser uma novidade ainda, existe uma grande volatilidade nos preços do bitcoin, por isso é interessante para o lojista e para o cliente fixarem o valor a ser pago em real e depois fazer a conversão para bitcoin. Acredito que, quando o mercado estiver mais maduro, esse procedimento não será mais necessário. Os preços poderão ser fixados em diretamente em bitcoin”.
Já o analista de sistemas Felipe Micaroni Lalli pensa de forma bem diferente sobre manter bitcoins. “Para mim é uma forma de poupança, armazenamento de valor, assim como o ouro. É uma forma de fugir da volatilidade, inflação e incerteza estatal. Eu não confio no governo, então não vou manter meu dinheiro em uma moeda emitida e controlada por alguém que eu não confio”.
O administrador de sistemas Dâniel Fraga resume três usos para o bitcoin: moeda de troca, meio de pagamento e investimento ou poupança. Mas há outros usos possíveis, até alguns que não envolvem a moeda em si. Em maio de 2013, um programador argentino sugeriu que o sistema seja usado para confirmar a existência e integridade de documentos em um determinado momento – algo como um “serviço notarial” digital. Algo assim hoje depende de certificados que custam cerca de R$ 300. “Imagine as inúmeras possibilidades do Bitcoin que ainda não foram sequer exploradas”, avalia Fraga.
E os gigantes dos atuais meios de transação eletrônica, como veem o bitcoin? Para Edward McLaughlin, diretor de pagamentos emergentes da MasterCard, a utilização que é dada para a moeda hoje e seu caráter anônimo fazem com que a MasterCard, por meio de suas políticas, não a inclua em seu circuito. “Se e quando, [o bitcoin] se tornar parte do sistema regulatório aceitável, nós saberemos como tratá-la da mesma que tratamos as várias moedas com que trabalho hoje”, disse o executivo ao G1.
Sem mediação de governos
Para o professor Pedro Duarte Garcia, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), o bitcoin não se diferencia muito de outras moedas, do ponto de vista monetário. “É uma moeda virtual que, como qualquer moeda atual hoje no mundo, é baseada na confiança. Ela funciona e é usada enquanto todo mundo que usa acredita que ela funciona. Isso é comum a qualquer moeda que a gente carrega no bolso”.
Além disso, o bitcoin não passa pelo sistema bancário e por isso não é regulado por nenhuma autoridade, o que gera preocupação de alguns países. Organizações que podem ter suas economias bloqueadas por pedidos de governos, como o Wikileaks, empresa que já teve interrompido o acesso à sua conta bancária, se beneficiam das facilidades de transferências de dinheiro entre países que não passam pelos sistemas convencionais.
“A atividade econômica não vai ser atingida por uma mudança. Mas quem sofre diretamente o impacto disso é o governo porque a capacidade de arrecadação diminui, pois há uma série de impostos que dependem do sistema bancário ou de um sistema que conte com o CPF da pessoa, o que deixa de existir. Gera desafios para o governo e o governo pode ter impacto sobre a economia, porque compra bens na economia, oferece bens, participa da atividade”.
Na onda do bitcoin, mais de 200 moedas virtuais surgiram, aumentando a pressão sobre as autoridades financeiras e mesmo sobre empresas que lidam com dinheiro. “O bitcoin e outras moedas virtuais, se vierem para ficar, e não é claro que isso vá ocorrer, vão gerar uma série de desafios que a gente vai ter que enfrentar e com os quais não estamos acostumados”, diz Duarte Garcia.
A dificuldade de gerar bitcoins preocupa alguns entusiastas da moeda, que acreditam que o seu valor, que já flutua em R$ 2 mil, tende a apenas subir. Por esse motivo, uma alternativa mais barata foi criada: o litecoin.
Ao contrário do bitcoin, que usa o ouro como símbolo, o litecoin usa a prata. Em vez de cálculos que demoram cerca de 10 minutos para validar uma transação, o Litecoin almeja dois minutos e meio. O total de litecoins geradas será de 84 milhões, quatro vezes mais do que bitcoins. Dessa forma, o Litecoin sempre valerá menos, servindo em especial para transações menores.
Em meio a incertezas sobre a cotação e sua origem, quem já está nessa não diminui a empolgação. “O bitcoin é a maior invenção desde a internet, é uma tecnologia, um protocolo, que já foi inventado e já é útil. E não tem como desfazer uma invenção genial”, afirma Micaroni Lalli.