Após uma reportagem do jornal O GLOBO denunciar a construção de uma lanchonete a apenas três palmos de distância de jazigos e ossários no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizou diligências no local. Os peritos constataram a ocorrência de um crime ambiental, segundo informou o delegado Wellington Pereira Vieira, titular da especializada. Como resultado, a obra foi imediatamente paralisada no início da tarde desta quarta-feira (13). Uma funcionária responsável da RioPax, empresa que administra o cemitério, foi conduzida à delegacia.
De acordo com o delegado, além da falta de licença ambiental para a construção, também foi constatada a supressão vegetal, ou seja, o corte de árvores para a instalação da estrutura. Segundo a lei, essa infração pode acarretar em uma pena de até um ano de prisão, além do pagamento de multa.
Na lanchonete, que ainda não teve suas lâmpadas instaladas, foram encontrados eletrodomésticos encaixotados, como um freezer, um frigobar e dois minifornos. Na entrada, latas de tinta e de massa corrida evidenciavam uma obra em andamento. Um balde contendo tinta derramada também estava apoiado na parede.
A lanchonete foi construída em frente a seis ossários, exigindo que visitantes se espremam em um espaço estreito de apenas três palmos, ou aproximadamente dois passos de distância entre a parede e os sepulcros. Anteriormente, no mesmo espaço, havia uma mesa onde os corpos eram colocados antes do sepultamento, como mostram imagens de 2015.