Embarcação virou devido a uma grande onda que jogou todos os passageiros no mar; apenas 15 usavam coletes salva-vidas, mas mesmo assim se afogaram
Ao menos 41 pessoas, incluindo três crianças, morreram no Mar Mediterrâneo após o naufrágio de uma embarcação que partiu de Sfax, na Tunísia, segundo o depoimento de quatro sobreviventes citados nesta quarta-feira, 9, pela ONU na Itália. A frágil embarcação de sete metros virou devido a uma grande onda, que jogou todos os passageiros no mar. Apenas 15 usavam coletes salva-vidas, mas mesmo assim se afogaram. A tragédia aconteceu na madrugada de sexta-feira, 4, após o navio deixar o porto. “O mar estava muito agitado (…). Embarcar com aquele mar é realmente criminoso. Os traficantes realmente não têm escrúpulos”, denunciou o assessor de imprensa da OIM na Itália, Flavio Di Giacomo. “As embarcações de metal usadas são as mais frágeis que já vi no Mediterrâneo central”, observou. “Os migrantes subsaarianos são obrigados a usar esses barcos ‘low cost’ que quebram após 20 ou 30 horas de navegação”, lamentou.
Em um comunicado conjunto, as agências da ONU para refugiados (ACNUR), para a infância (Unicef) e para a migração (OIM) lamentaram a tragédia. “Isso demonstra a absoluta falta de escrúpulos dos traficantes que, desta forma, expõem migrantes e refugiados a altíssimos riscos de morte no mar”, denunciaram as três agências da ONU. Eles confirmaram que havia 45 pessoas na embarcação quando afundou. Nenhum dos desaparecidos era parente dos sobreviventes. A Frontex, a agência de fronteira da UE, afirmou que um de seus aviões detectou “um barco à deriva com quatro pessoas a bordo” nas águas da Líbia na manhã de terça-feira e deu o alerta para que fossem resgatados.