Informação consta na decisão que ordenou a prisão dos PMs de Goiás e chama a atenção pelas quantias por serem “vultosas e incompatíveis”
Suspeitos de envolvimento no assassinato de oito pessoas, os policiais militares de Goiás Marcos Jesus Rodrigues e Almir Tomas de Aquino Moura movimentaram, juntos, mais de R$ 11 milhões nos últimos quatro anos. A informação consta na decisão judicial que ordenou a prisão dos PMs e chama a atenção dos investigadores por serem “vultosas e incompatíveis com os rendimentos” da profissão.
Marcos Jesus Rodrigues movimentou cerca de R$ 6 milhões durante o período de quatro anos, enquanto Almir Tomas de Aquino Moura fez transações de R$ 5,8 milhões, com dois picos significativos no fim do ano de 2020 e início dos anos de 2021 e 2022. Junto com outros oito policiais, os homens são suspeitos de participarem da “Confraria da Morte”, grupo de militares presos, na terça-feira (19/9), por suposto assassinato de testemunhas durante operações em cidades goianas.
Execuções
O empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante foi alvo de uma emboscada e morto a tiros nas ruas de Anápolis, Goiás. O assassinato teria desencadeado pelo menos outras sete mortes em uma longa queima de arquivo nas ruas goianas.
Em 2019, o empresário fez uma série de vídeos e publicações dizendo que estava assustado com as ameaças recebidas depois de fazer denúncias. As promessas contra a vida de Fábio viriam, inclusive, de pessoas ligadas à Polícia Militar de Goiás (PMGO).
Dois anos depois, em 23 de junho de 2021, o homem foi assassinado por disparos de arma de fogo. Segundo documentos aos quais o Metrópoles teve acesso, a vítima foi atraída para uma emboscada por indivíduos que, se passando por compradores de um imóvel, marcaram encontro utilizando um celular.