O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi preso em Brasília na manhã desta segunda-feira pela Polícia Federal (PF), na 17ª fase da Operação Lava Jato, segundo confirmou seu advogado Roberto Podval. O irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, também foi preso nesta nova fase, denominada Pixuleco (termo utilizado pelo ex-tesoureiro João Vaccari Neto, do PT, para nominar a propina paga em contratos com o poder público, detalhou Ricardo Pessoa, presidente da UTC).
Cerca de 200 agentes cumprem 40 mandados judiciais em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro: 26 de busca e apreensão, três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e seis de condução coercitiva (quando o suspeito é levado para prestar depoimento obrigatoriamente). Entre os detidos também está o dono da empresa de consultoria Consist, Pablo Kipersmit. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná.
No entanto, a transferência de Dirceu ainda precisa da autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), já que o ex-ministro cumpre, desde novembro do ano passado, prisão domiciliar pelo processo do mensalão. Ele foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa e, como não é réu primário, poderá permanecer em regime fechado caso seja condenado no processo da Lava Jato.
O ex-ministro é acusado de utilizar sua empresa, JD Consultoria e Assessoria Ltda, para receber ao menos 7,3 milhões de reais de empresas investigadas pela Lava Jato. A empresa faturou 29 milhões de reais 2006 e 2013 tendo como clientes cerca de 50 empresas. Dessa lista, constam também construtoras investigadas, como a OAS, a UTC Engenharia, a Engevix e a Camargo Corrêa. No entanto, Dirceu assegurou que os seus negócios com essas empreiteiras não têm relação com contratos com a Petrobras que estão sendo investigados pela Lava Jato.