Uma reunião entre diversos órgãos que participaram de uma Operação Temática de Direitos Humanos (OTEDH), que ocorreu entre os dias 17 e 19 de novembro, foi realizada nesta sexta-feira (20) para uma avaliação geral. O foco da operação foi primeiramente Feira de Santana, Pojuca e Entre Rios, estas duas últimas cidades possuíam denúncias de trabalho escravo na procuradoria de Feira de Santana.
Durante a operação, 15 pessoas vítimas de trabalho escravo foram resgatas no município de Entre Rios. De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Marcos Vinicius França, as pessoas trabalhavam em uma granja, retirando as fezes das aves. Ele afirma que a situação era deplorável. “As pessoas não possuíam nenhum tipo de material de proteção, elas trabalhavam descalças. O alojamento não tinha cama, não tinha parede, eles dormiam em redes, a alimentação era precária, não tinha uma mesa para que as refeições fossem realizadas, e estavam a 10 metros das granjas. A quantidade de mosca e outros tipos de insetos chamaram atenção. Não tinha nenhuma condição de eles estarem trabalhando naquele local”, declarou. Além do trabalho escravo, a exploração sexual infantil, também foi ponto de fiscalização durante a operação.
De acordo com o inspetor, na noite do dia (19) foram visitados diversos estabelecimentos que tem uma vulnerabilidade para que essa exploração ocorra, como bares, restaurantes, postos de combustível e alguns outros pontos comerciais que funcionam a noite as margens das rodovias federais que cortam Feira de Santana. “Nessa operação tivemos o apoio do Concelho Tutelar. Foi feito um levantamento de inteligência antes da ação e o trabalho que a PRF vem desenvolvendo ao longo dos anos tem surtido efeito e não encontramos nenhum ponto em atividade de exploração sexual em Feira de Santana. O balanço da operação é positivo”, destacou.
Os órgãos envolvidos na operação foram: Polícia Rodoviária Federal – PRF, Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS, algumas Secretarias do Governo do estado da Bahia, sendo elas, Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social – SJDHDS, através do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – NETP, Secretaria de Trabalho Emprego, Renda e Esporte – SETRE, Secretaria de Segurança Pública – SSP, através da Polícia Civil e Superintendência de Prevenção a Violência e Direitos Humanos, além da Organização Internacional do Trabalho – OIT e do Conselho Tutelar e Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS de Feira de Santana. (Voz da Bahia)