O Ensino de Arte Brasil

Lene Muniz
Lene Muniz

As propostas de ensino de arte no Brasil foram influenciadas pelo ideário norte americano, especialmente, as ideias de Walter Smith, diretor de arte-educação em Massachusetts, por sua identificação com a formação profissional, que enfatizava o  ensino de desenho  geométrico com a intenção de desenvolver o senso criativo, aconteceu primeiro nos Estados Unidos e depois veio pra o Brasil.

Acreditava-se que desta forma a escola atenderia melhor a finalidade de preparar o estudante para o moderno mundo do trabalho, centrado agora cada vez no uso das tecnologias. As finalidades do ensino da arte eram o “saber construir” e o “saber expressar-se” espontaneísta, com o uso de materiais diversos, como sucata.

A escola tinha a finalidade também de profissionalizar os alunos a partir da 7ª série para o mundo do trabalho nas indústrias principalmente que eram na maioria multinacionais americanas. Não havia o interesse em formar cidadãs  críticos e reflexivos, mas sim, para um trabalho operário e limitado. Mesmo porque era no período da ditadura militar então formar cidadãos críticos era uma afronta para o governo da época. 

Naquele período não existia curso de  nível superior em Arte-Educação e o governo federal decidiu instituir curso de artes para educadores. Porém, esses cursos almejavam capacitar educadores para trabalhar com variadas  linguagens artísticas com duração exclusivamente  de dois anos.

 A capacitação seria afetada e o educador finalizava o curso com pouco conhecimento sobre os processos teóricos e práticos. Todos os educadores  tinham o aumento da capacidade criadora como finalidade fundamental das suas aulas. Na situação político em que se descobria o país.

O regime militar foi  o período entendido entre 1964 a 1985, onde o país ficou  sob domínio das Forças Armadas Nacionais (Exército, Marinha e Aeronáutica). Nesta ocasião, os chefes de Estado, ministros e indivíduos alojados nas fundamentais posições do aparelho estatal pertenciam à hierarquia militar,  período em que todos os presidentes  eram generais do exército. Era caracterizada como  revolução. Os principais idealizadores na década de 60  visto como corrupto, contaminado  e ausente às adequadas obrigações do país naquele momento.

Foi o governo militar quem impões, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Foi  feita no mesmo ano, a Constituição de 1967 admite e institucionaliza o regime militar e suas maneiras de governar.

Normalização da democracia e pela eficaz aquisição do Estado Democrático de Direito deu inicio ainda no regime militar de 1964 e  superou em autoritarismo na politica nacional. Mas o desejo de liberdade lançado nas ruas  em 1982 no mesmo período das eleições para governadores prevaleceu na população anos depois o povo foi as ruas em busca do voto direto para presidente da Republica isso aconteceu em 1984, mas os brasileiros não conseguiram a tão esperada liberdade. E como desafio os democráticos resolveram lançar Tancredo Neves para Presidente da Republica.

A nova República foi apresentada como um momento de trajetória de mudança politica, no período de  15 de março de 1985, foi ai que surgiram as transformações de maneira responsável e prudente na legislação que oprimia herdado do autoritarismo dominante da época.

Com  Tancredo Neves eleito em 15 de janeiro de 1985, deu inicio a uma nova história a nova Republica que tinha como objetivo ser social e democrática  consagrada  por uma  Constituição foi elaborada pela Assembleia Nacional Constituinte.

Surgiu durante a ditadura militar, enquanto que o movimento para a elaboração de uma nova LDB surgiu durante a época de redemocratização do país. No período de elaboração a sociedade brasileira encontrava-se desmobilizada devido ao regime político vigente.  Ficou claro que a lei 5.692 obedecia  de maneira objetiva o governo militar.

– apresentou o supletivo;

– Abordou sobre a educação regular;

– supriu as vagas  da educação continuada.

Tinha como objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania.

A inserção da Arte no currículo escolar foi estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 5.692/71, com a título de Educação Artística, sendo considerada uma atividade educativa e não uma disciplina.

Na década de 1990, o movimento brasileiro da Arte-Educação permaneceu preocupado com a educação escolar, preparando-se para realizar-se a presença da arte na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

A obrigatoriedade da iniciação da arte na escola regular, com a LDB de 1996, representou melhorias  conquistados após extenso processo de debates, conscientização, organização e mobilização por parte dos profissionais da Arte-Educação.

O movimento de Arte-Educação se estabeleceu fora da escola regular, em museus, escolinhas de arte e, depois, auxiliou a aprendizado educacional com opiniões, procedimentos e técnicas para o ensino de arte quando existiu a consistência da Arte na educação escolar brasileira como elemento curricular. Abordou-se de um extenso processo histórico permeado de intercruzamentos de compreensões estéticas, filosóficas e pedagógicas, de práticas educativas, de visões de mundo e de convicções políticas, ou seja, uma teia de constituídos diversos.

É interessante percebermos que as aulas de artes foi desvalorizada desde o inicio pela lei 5.692 quando classificou como atividade e não como disciplina e também não era permitido atribuir notas nas atividades. E os professores também não estavam qualificados pois os cursos era de apenas 2 anos.

Outro fator interessante é que a Lei 5692/71 multiplicou os cursos de formação para  arte-educador. Mas, recebiam os certificados continuavam leigos, nas áreas de música, teatro e artes plásticas, sendo impossível capacitar um educador que dominasse inteiramente as três áreas causando, falhas no trabalho efetivamente desenvolvido.

 Colunista: Lene Muniz