Com apenas 25 anos, o professor de música Dan Fabbio descobriu um tumor cerebral responsável por causar tonturas e alucinações durante atividades mais simples da vida dele. Após fazer exames, médicos descobriram que a massa estava localizada no lobo temporal direito, área diretamente conectada à função que lhe dava sustento: interpretar e tocar músicas, assim como falar e cantar. Ele não esperava, porém, que a musica fosse fazer parte tão importante do procedimento cirúrgico.
Após o diagnóstico, especialistas da Universidade de Rochester, em Nova York, passaram mais de seis meses estudando como o cérebro de Fábio processava a música, tanto na organização estrutural quanto na funcional. Em um primeiro teste, eles fizeram o professor escutar melodias de piano e cantarolá-las enquanto a cabeça passava por ressonância magnética. Com isso, eles produziram um mapa tridimensional do cérebro, apontando as áreas cruciais para o processamento da linguagem e da música. Mais de um ano depois da descoberta, o rapaz foi submetido a uma cirurgia para a retirada do tumor.
Durante o processo, porém, ainda com o cérebro aberto, Dan foi convidado pelos médicos a tocar uma música no saxofone. “Foi muito estranho porque eu estava deitado de lado. Não é assim que eu toco o instrumento. Além disso, meu crânio estava aberto “, brincou em entrevista ao jornal norte-americano Daily News. A música escolhida pelo rapaz foi o solo coreano “Arirang”, que requeria menos fôlego do que outras músicas conhecidas. Tudo foi registrado em vídeo e publicado junto ao estudo da universidade. “Nossa intenção é preservar a humanidade dos pacientes enquanto estamos removendo os tumores”, afirmou o neurocientista da universidade, Brad Mahon.
Fonte: Curiosamente