Com protestos em rodovias da região e em todo o País, a paralisação dos caminhoneiros contra a alta do diesel chegou ao oitavo dia ontem e já causa impactos econômicos em todo o Baixo Sul. Itens básicos que compõem a mesa da população, como batata, cebola e tomate, registraram alta de preço e os supermercados informam o desabastecimento de alguns alimentos perecíveis – frutas, verduras e legumes.
O reflexo da greve é sentido também nos Correios, que suspenderam temporariamente as encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje), e influenciado no setor industrial, que contabiliza prejuízos. O movimento coloca em xeque, ainda, as médias e pequenas indústrias da região baixosulense.
Atacado e varejo
O movimento já repercute na comercialização de produtos no atacado. O valor da batata (saco de 50 quilos) dobrou. O mesmo ocorreu com a cebola (saco de 20 quilos), o tomate (caixa de 22 quilos) e outros itens.
O varejo também sente os primeiros reflexos, comerciantes afirmam que as paralisações já causam desabastecimento nos supermercados, em especial itens de FLV (Frutas, Legumes e Verduras), que são perecíveis e de abastecimento diário.
Carnes e produtos industrializados que levam proteínas no processo de fabricação já estão com as entregas comprometidas pelos atrasos no reabastecimento. Comerciantes esperam resoluções imediatas para que a população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica.
Postagens suspensas
A greve nacional dos caminhoneiros também está impactando fortemente as operações dos Correios, confirma o órgão, em nota. Diante do cenário, informa que estão temporariamente suspensas as postagens das encomendas com dia e hora marcados . “Em todo o País, do total da carga postal pronta para entrega, 16% das encomendas e 19% das correspondências deixaram de ser entregues. No Interior, 27% das correspondências deixaram de ser entregues”.”Os Correios estão aceitando postagem de Sedex e PAC, no entanto, enquanto perdurarem os efeitos desta greve, haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega desses serviços, bem como das correspondências. A empresa está acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo, a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população”.
Postos
Os postos da região estão sem combustível, segundo informou o Sindicato do Comércio de Combustíveis e Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia). “Acabou e não temos perspectiva de reabastecimento. Acredito que nenhum posto tenha mais produtos para vender. O agravante é que há serviços essenciais que estão em situação crítica. A Coelba, por exemplo, já está sem produto e não podemos fazer nada”, afirmou o presidente do Sindicombustíveis, Walter Tannus.
Segundo o sindicato há estabelecimentos fechados por falta de produtos desde o dia 23 de maio. “O movimento dos caminhoneiros trouxe à discussão a alta carga tributária dos combustíveis, o que impõe uma solução também para a gasolina, sob pena de outras categorias se mobilizarem trazendo consequências para o abastecimento dos veículos movidos a gasolina e etanol”, afirmou o sindicato.