Júlia Andrade Carthemol se entregou à polícia na noite da última terça-feira (4)
Júlia Andrade Carthemol, suspeita de matar o empresário e namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond envenenado com um “brigadeirão”, se entregou à polícia na noite desta terça-feira (4) e foi presa. Ela era considerada foragida desde 22 de maio. As informações são do g1.
De acordo com a polícia, Júlia teria recebido ajuda para se esconder na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Nesta terça-feira, a advogada dela confirmou que a suspeita se entregaria.
A mãe e o padrasto da suspeita, Carla Cathermol e Marino Leandro, também foram ouvidos pelos investigadores nesta terça. Os depoimentos estavam marcados para às 15h. No entanto, como eles não compareceram voluntariamente à delegacia, os dois foram conduzidos por agentes de Maricá, onde moram, até o Rio.
Entenda o caso
O corpo do empresário foi encontrado por bombeiros, no dia 20 de maio, depois que vizinhos acionaram o socorro, incomodados com o cheiro. Luiz foi achado no sofá da sala, ao lado de cartelas de morfina. Ele estava sentado, com dois ventiladores ligados, um no teto e outro no chão, em direção à janela, que estava aberta.
Segundo o laudo da necrópsia, a causa da morte não foi determinada, mas o perito responsável identificou uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. Câmeras de segurança do elevador do prédio registraram as últimas imagens do empresário, no dia 17 de maio, que mostram ele carregando um prato, enquanto Júlia oferece uma cerveja e os dois se beijam.
A polícia ainda acredita que exista a possibilidade do prato em que ele segura na imagem já ter o brigadeiro envenenado que causaria sua morte. Também foi encontrado um analgésico forte na cena do crime pela polícia, que apurou que Júlia, nove dias antes da última imagem de Luiz vivo, foi até uma farmácia e pediu o medicamento, que é de uso controlado.
Namorada é principal suspeita
De acordo com a investigação, a namorada cometeu o crime para ficar com bens e valores da vítima. A polícia também acredita que Julia conviveu com o corpo durante todo o fim de semana.
A namorada foi intimada a depor dois dias depois do cadáver ter sido achado. À polícia, ela disse que saiu da casa de Luiz na segunda após uma briga no domingo, mas informou que ele estava bem e chegou a preparar o café da manhã para ela. Os investigadores tiveram acesso às imagens do circuito de câmeras do prédio, que mostram Luiz e Júlia na sexta-feira no elevador, indo e voltando da piscina.
Até então a cigana Suyane Breschak, amiga de Júlia, foi presa por suspeita de participar da trama, recebendo bens da vítima, segundo a polícia.
A cigana também revelou que a Júlia trabalhava como garota de programa e que todos os “trabalhos” foram feitos para que os companheiros não descobrissem sua profissão. Suyany contou que soube da morte de Luiz Marcelo no dia 18, durante um churrasco que fez com a amiga, após a entrega do carro da vítima, que serviria para amortizar a dívida em R$ 75 mil. O veículo, segundo a cigana, foi dado a um ex-namorado, que a ameaçava. Ele também teria recebido roupas e um ar-condicionado da vítima.
Os agentes descobriram também que Júlia recebeu, na segunda, um cartão de conta conjunta com Luiz e usou o celular dele para falar com um homem com quem ele vinha negociando a venda de um imóvel. Na mensagem, de acordo com a investigação, ela pediu que o comprador adiantasse a transferência de uma quantia de R$ 3 mil.