Morreu nesta segunda-feira (23), o ex-governador do estado Antônio Lomanto Júnior, de 90 anos. Lomanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar uma infecção respiratória desde o começo do mês. Ele passou a apresentar deficiência renal e precisou fazer hemodiálise.
Lomanto Júnior nasceu na cidade de Jequié em 1924 e sempre sonhou em ser governador da Bahia. Foi vereador com apenas 22 anos, de 1947 a 1950. Elegeu-se prefeito, exercendo o cargo de 1951 a 1955. Bem sucedido, conseguiu se eleger deputado estadual, atuando de 1955 a 1959. Depois da experiência na Assembleia Legislativa, Lomanto resolveu voltar para Jequié e sagrou-se, novamente, prefeito.
Lomanto, o determinado
Em 1962, candidata-se ao governo do estado e consegue a vitória, tomando posse em 7 de abril de 1963. No começo, enfrentou uma séria crise econômica, reflexo do governo João Goulart, mas conseguiu realizar obras importantes como: a estrada federal Rio-Bahia, 1963, a estrada Feira de Santana-Juazeiro, o Teatro Castro Alves e a ampliação da usina hidrelétrica de Paulo Afonso.
Idealizado pelo ex-governador Antônio Balbino, o Teatro Castro Alves só foi recuperado – após um incêndio – graças à determinação de Lomanto Júnior. As obras de recuperação foram abandonadas pelo ex-governador Juracy Magalhães, opositor de Balbino, logo que assumiu o governo, sendo retomadas por Lomanto. Na verdade, o teatro foi praticamente reconstruído pelo governo Lomanto Júnior. Totalmente reconstruído, o Castro Alves foi inaugurado em 4 de março de 1967 com a presença do presidente da época, Humberto de Alencar Castelo Branco.
Sobre Lomanto, Joaci Góes disse certa vez: “Outro feito de destaque de Lomanto foi inaugurar na Bahia a neurolinguística na política. Uma vertente da neurolinguística é a capacidade de a pessoa criar uma ideia e conseguir concretizá-la, tendo como base a própria vontade de fazer acontecer”.
Lomanto Júnior deixou o governo da Bahia em 1967, quando foi sucedido por Luiz Viana Filho. Em 1979 foi eleito senador, cargo que ocupou até 1987. Em 1993, consegue eleger-se, novamente, prefeito de Jequié. Considerado um dos maiores homens públicos da Bahia, Lomanto Júnior é pai do ex-deputado federal Leur Lomanto e avô do deputado estadual Leur Lomanto Júnior (PMDB).