Mãe de uma jovem que cometeu suicídio aos quinze anos, a australiana Linda Trevan divulgou uma carta da filha em que ela acusa colegas de sala de bullying e estupro coletivo em Melbourne, na Austrália. Quando tinha treze anos, Cassidy foi alvo de bullying e enganada por colegas e levada até uma casa, onde foi abusada sexualmente por dois estudantes que ela não conhecia. “[E enquanto isso] as colegas que a levaram até lá simplesmente sentaram e esperaram. Os dois abusaram dela, enquanto outro guardava a porta”, diz Linda ao News.com.au.
Linda ainda relata que a filha sofreu com pesadelos, insônia, ansiedade e ataques de pânico após a violência. Cassidy chegou a mudar de escola para escapar do bullying e do trauma, mas começou a ser perseguida nas redes sociais e nas ruas. De tão abalada, ela acabou se matando dois anos depois.
A carta foi encontrada pela mãe no laptop da filha, que divulgou as últimas palavras da filha para chamar atenção para impunidade do caso. Em um trecho, Cassidy afirma que sua intenção não é se vingar, mas alertar outras pessoas para o que aconteceu com ela para evitar que isso ocorra com outas pessoas.
“Me preocupa que se eles puderam fazer isso comigo, eles podem fazer com outros jovens também, ou pelo menos tentar. Você realmente tem o poder de impedir que isso aconteça”, apela. “Mas também estou fazendo isso por mim. Depois de 1 ano e meio, eu quero, finalmente, ser deixada em paz. Ainda continuo recebendo mensagens, de estudantes que eu nunca conheci, me chamando de vadia. Eu mudei de escolas, mudei de casa e continuo sendo encontrada e ofendida. Eu não posso impedir que as pessoas espalhem rumores, mas pelo menos eu posso tentar contar o que realmente aconteceu, já que as pessoas continuam falando sobre isso de qualquer forma. Mas, como eu disse, isso é muito mais pelos outros estudantes que estão em perigo com esses alunos. Meu nome é Cassidy Trevan, e eu fui estuprada. Se alguém algum dia tentar isso com você, confie em mim: vale a pena lutar. Lute. Senão, você irá se arrepender disso pelo resto da sua vida assim como eu. Você pode fazer isso”.
Em nota, o departamento de educação da cidade de Vitória lamentou o caso e disse que os funcionários das escolas são orientados para dar suporte a qualquer aluno que mostre que precisa de ajuda. Com a repercussão do caso, a mãe da jovem informou que continua tentando que os estudantes, que não foram identificados, sejam punidos pelo estupro que levou ao suicídio de Cassidy. Fonte: Uol.