Nesta sexta-feira, a Justiça boliviana emitiu um mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, acusado de tráfico de pessoas. A decisão foi tomada após a ausência de Morales em uma audiência de custódia. A informação foi divulgada pela Agência Boliviana de Informação (ABI).
O juiz Nelson Alberto Rocabado convocou Morales para prestar esclarecimentos sobre acusações de tráfico humano agravado e de ter impedido relações com um adolescente em 2015, quando ainda exercia a carga de presidente da Bolívia. Segundo o Ministério Público, Morales teria iniciado um relacionamento com uma jovem quando ela tinha apenas 15 anos.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo , o Ministério Público boliviano alega que o caso configura tráfico de pessoas devido à situação de vulnerabilidade da menor à época.
Apesar da ordem de prisão, Morales permanece em Cochabamba, seu principal reduto político, protegido por uma rede de apoiadores. Segundo Vicente Choque, líder sindical próximo ao ex-presidente, mais de 2.000 pessoas se organizam em turnos para garantir a segurança de Morales.
O ex-presidente acusa o atual governo, liderado por Luis Arce, seu ex-aliado político, de perseguição. Morales afirma ser alvo de uma “brutal guerra jurídica” com o objetivo de inviabilizar sua participação nas eleições presidenciais previstas para agosto de 2025.
A disputa entre Morales e Arce intensifica as políticas na Bolívia, enquanto o país se prepara para enfrentar um cenário ambientalmente polarizado.