JULGAMENTO DO MENSALÃO COMPLETA 1 ANO SEM DEFINIR PRISÕES

Há exato um ano, o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) amanhecia com a segurança reforçada. Sob olhares de jornalistas e dezenas de advogados, o plenário da Corte se dedicaria, a partir daquele dia, a mais de quatro meses dejulgamento da ação penal do mensalão, que levou à condenação de 25 réus – entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em um País até então desacostumado a ver políticos condenados à prisão, havia desconfiança se de fato algum dos 38 réus sucumbiria às acusações da Procuradoria Geral da República. Para advogados, a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) era insuficiente por se sustentar em relatos de testemunhas. Para a opinião pública, a possibilidade de punir políticos era distante: 73% defendia prisão para os acusados, mas apenas 11% acreditavam na hipótese, segundo pesquisa do instituto Datafolha, divulgada antes do julgamento. Outros 37% confiavam na condenação, mas não acreditavam em reclusão dos culpados. O resultado do julgamento foi na contramão das expectativas. O empresário Marcos Valério, considerado o operador do mensalão, foi condenado a mais de 40 anos de prisão por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha e evasão de divisas. Acusado de chefiar a quadrilha do mensalão, José Dirceu também foi condenado a regime fechado: 10 anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.