A jornalista Jéssica Senra estreou no comando do Bahia Meio Dia, na TV Bahia, em maio de 2018 e em 7 de setembro do ano passado apresentou o Jornal Nacional durante o rodízio de apresentadores que a Globo promoveu para celebrar os 50 anos do noticiário.
Depois da boa repercussão da participação da baiana, ela foi convidada para retornar à bancada do JN amanhã, quando estará ao lado de Heraldo Pereira. Em 27 de junho, ela estará dividirá a apresentação com Cesar Tralli. Nesta conversa com o CORREIO, Jéssica fala sobre a expectativa para a volta ao Jornal Nacional, sobre o mestrado que fará a partir de março e a repercussão dos comentários que fez criticando o Fluminense de Feira, que iria contratar o goleiro Bruno e acabou desistindo do jogador.
Como está a expectativa para sua estreia no rodízio fixo do Jornal Nacional?
Ah, como costuma ser em estreia: com friozinho bom na barriga! Mesmo já tendo estado lá uma vez, é sempre uma responsabilidade muito grande apresentar um jornal, principalmente quando é o jornal mais importante do país.
Como tem se preparado para essa segunda passagem?
Na verdade, não fiz nada diferente do que já faço normalmente para o Bahia Meio Dia: cuido da saúde, com alimentação equilibrada e atividade física; cuido do emocional, com meditação e terapia; leio, estudo e acompanho as notícias para estar bem informada; além de todos os detalhes que cercam uma apresentação de jornal – seleção de figurino, cuidado com o visual, etc.
O que você conhece do Heraldo Pereira?
O que eu conheço de Heraldo? Ele é uma das maiores referências do telejornalismo brasileiro! A fase dele que eu mais acompanhei e esperava ansiosa para ver era quando ele trazia as notícias de Brasília no Jornal da Globo. Eu gosto muito de política e acompanhava demais as análises de Heraldo.
Em março, começa seu mestrado. Como conciliar as aulas com o jornalismo?
Vai exigir jogo de cintura, mas tenho confiança que vou conseguir. A TV Bahia me apoiou desde o processo seletivo. Para mim, o mestrado é mais uma forma de me qualificar para o meu trabalho. Encaro o mestrado como parte da minha formação para ser uma profissional melhor.
Nos últimos dias, você viralizou nas redes sociais com comentários contra o racismo, homofobia e feminicídio. Você vê o seu trabalho como um espaço de luta contra a violência e opressão?
Eu acho que, para quem não concorda com a maneira como as coisas são feitas no mundo, qualquer espaço é espaço de luta. Uma mulher que não se contenta com o espaço que a sociedade lhe dá originalmente, por exemplo, está lutando. Então, quando levamos ao ar um jornal que reflete os anseios da comunidade, há naturalmente um reflexo dessa luta da própria sociedade contra a violência e a opressão. Desde que comecei a trabalhar, as pautas sociais e as análises fazem parte do meu ofício. Meu primeiro emprego como jornalista foi em rádio e lá tive a possibilidade de ir fazendo do meu jeito. Meu trabalho de conclusão de curso na faculdade foi um radio-documentário sobre Penas Alternativas. Meu trabalho de conclusão da pós-graduaçãofoi um documentário intitulado Marginados (Marginalizados, em português). Então, sempre tive uma ligação forte com temas sociais. Depois, na TV, fui conquistando pouco a pouco o espaço para comentar essas pautas. No Bahia Meio Dia, que é um jornal muito alinhado com as demandas sociais, é natural que a gente dê voz aos sentimentos da população. Se esses posicionamentos estão viralizando, é sinal de que as pessoas estão gostando do trabalho que estamos desenvolvendo.
*com orientação do editor Roberto Midlej