Gordura localizada: tire 7 dúvidas comuns ao tentar queimá-la

Veja dicas e aposte!

Que pessoa nunca se incomodou com um pneuzinho de gordura que nunca vai embora? A gordura localizada é um problema comum não só nas mulheres. “E também tem sido uma reclamação dos homens também, principalmente a gordura na parte inferior no abdômen”, considera a endocrinologista Rosana Bento Radominski, membro da Comissão Temporária de Endocrinologia do Exercício e Esporte (CTEEE) da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Primeiro é preciso compreender o mecanismo do acúmulo de gordura. Ela é considerada pelo corpo uma energia de reserva, portanto quanto mais calorias consumimos, mais gordura estocamos. “O organismo é programado para armazenar energia nas células de gordura e este acúmulo delas gera o aumento de volume. O resultado final é a gordura localizada em locais específicos do corpo”, explica o cirurgião plástico André Eyler.

Portanto, equilibrar o consumo e gasto de calorias é a principal medida para conseguir chegar ao emagrecimento e a queima dessa gordura. No caso, ter uma dieta equilibrada e praticar exercícios influenciam diretamente nisso: quanto mais alimentos saudáveis você ingere e quanto mais atividade física você pratica, melhor o seu balanço energético.

Mas é claro que existem técnicas que ajudam a acelerar esse processo, mas nem todas são tudo isso que dizem por aí. Veja a seguir as principais dúvidas sobre quem está tentando perder a gordura localizada:

Gordura localizada da barriga é mais difícil de eliminar do que as outras?

Pessoa apertando a gordura da barriga - Foto: Getty Images
Pessoa apertando a gordura da barriga – Foto: Getty Images

Depende! “A eliminação da gordura se realiza de forma globalizada no corpo, sendo mais notória nas áreas que possuem menos quantidade e mais difícil de eliminar nas zonas onde o acúmulo de gordura e maior”, explica o cirurgião plástico Eduardo Sucupira, diretor da Clínica Essendi, no Rio de Janeiro, e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC). Portanto, o que conta no final das contas é onde você tem maior tendência a acumular suas gordurinhas: enquanto algumas pessoas concentram tecido adiposo na barriga, costas e lateral do abdômen, outras tendem a estoca-lo nas coxas, quadris, glúteos e cintura. Em geral, isso é definido pela genética.

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Gordura localizada por tendência genética nunca será eliminada?

Mulher preocupada com a gordura abdominal - Foto: Getty Images

Mulher preocupada com a gordura abdominal – Foto: Getty Images

Não é porque a gordura localizada mais concentrada demora mais para ser eliminada, que esse processo é impossível. Dieta balanceada e exercícios físicos são indicados nesses casos, mas é preciso persistência! “Em casos específicos, pode haver necessidade de lipoaspiração para completar o tratamento”, considera a endocrinologista Rosana Bento Radominski, membro da Comissão Temporária de Endocrinologia do Exercício e Esporte (CTEEE) da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Mas o ideal é que isso seja feito quando o paciente não apresenta mais sobrepeso, de acordo com a especialista.

Depois da lipoaspiração a gordura localizada não volta mais?

Barriga com marcações para lipoaspiração - Foto: Getty Images
Barriga com marcações para lipoaspiração – Foto: Getty Images

A gordura pode voltar, mas sem dúvidas em menores quantidades. A lipoaspiração é um procedimento que remove as células adiposas, que normalmente não são repostas pelo organismo, mas ela não é infalível. “Apesar de não haver regeneração das células de gordura, aquelas que ficam podem acumular mais gordura, gerando aumento do volume da região, formando novo acúmulo de gordura”, considera o cirurgião plástico André Eyler, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.

Por isso mesmo, depois da lipoaspiração é preciso seguir as recomendações do médico para não começar a juntar gordura localizada em outras partes do corpo. “É fundamental, manter uma alimentação saudável e balanceada e realizar exercícios físicos regularmente por duas ou três vezes por semana”, ressalta o especialista.

Os exercícios aeróbicos devem ser localizados?

Mulher fazendo abdominal - Foto: Getty Images
Mulher fazendo abdominal – Foto: Getty Images

Exercícios localizados não ajudam na queima de gordura daquele local específico, e sim do corpo como um todo. “Os exercícios aeróbicos queimam gordura à medida que ela é uma fonte de energia que pode ser solicitada pelo organismo durante os exercícios corretamente feitos em repetição e tempo”, conta o dermatologista Murilo Drummond, professor titular do Instituto de Pós-Graduação Carlos Chagas, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Isso já foi demonstrado inclusive em estudos com tenistas, que apesar de exercitarem muito mais um dos braços em seu esporte, normalmente não apresentam diferença na concentração de gordura entre eles.

Para perder gordura corporal, o ideal é fazer exercícios aeróbicos: “de preferência aqueles que conseguimos executar por períodos de tempo mais longos, em intensidade baixa a moderada”, explica o educador físico André de Carvalho, de São Paulo. Portanto, o ideal é fazer atividades como caminhada, natação e ciclismo por pelo menos 40 minutos, em uma intensidade que você consiga conversar sem perder a respiração.

Termogênicos auxiliam na perda da gordura localizada?

Pimenta - Foto: Getty Images
Pimenta – Foto: Getty Images

Os alimentos termogênicos até ajudam na perda de gordura localizada, mas não podem ser considerados os protagonistas nessa batalha. “A ação termogênica aumenta o gasto calórico do organismo durante a digestão e o processo metabólico”, explica a nutricionista Karina Valentim, da PB Consultoria em Nutrição, em São Paulo. No entanto, esse aumento não é extremamente significativo, a ponto de favorecer sozinho o equilíbrio das calorias consumidas e gastas, é preciso ter hábitos alimentares saudáveis, consumindo menos carboidratos simples e gorduras.

Mas alimentos com a pimenta podem ajudar na perda da gordura localizada por outros motivos: “esses alimentos liberam catecolaminas, responsáveis pela diminuição do apetite”, descreve a nutricionista. Dessa forma, é possível reduzir as calorias ingeridas no dia, reduzindo o acúmulo de gordura.

Só usar cremes com efeito criogênico reduz a gordura localizada?

Mulher passando creme na coxa - Foto: Getty Images
Mulher passando creme na coxa – Foto: Getty Images

Cremes com efeito criogênico normalmente levam cânfora ou mentol, produtos que causam refrescância e atuam na circulação do local, melhoram a drenagem dos vasos linfáticos, o que contribui para que a gordura circule melhor pelo corpo para ser utilizada como energia. No entanto, é preciso que o corpo entre em processo de lipólise (quebra de gordura), o que o creme não fará sozinho. “Os cremes podem ser aplicados como auxiliares, mas sua ação principal é a vasodilatação e a melhora da qualidade da pele, dificilmente o princípio ativo conseguirá penetrar na camada gordurosa e agir eficazmente”, explica a dermatologista Bhertha Tamura, mestre e doutora em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Portanto, o ideal é aliar esse tipo de tratamento com exercícios físicos e alimentação balanceada.

Usar aparelhos caseiros de estimulação elétrica ajuda?

Mulher com gordura localizada na coxa - Foto: Getty Images
Mulher com gordura localizada na coxa – Foto: Getty Images

Infelizmente não existe feitiçaria quando o assunto é acúmulo de gordura. “A eletroestimulação funciona estimulando a fibra muscular e não no tecido adiposo, por tanto não ajudam a eliminar a gordura localizada”, explica o cirurgião plástico Sucupira. Portanto, eles na verdade reduzem a flacidez, ao proporcionarem uma maior firmeza dos músculos e pele, mas não diminuem medidas.