A escassez de profissionais qualificados tem se tornado um dos maiores desafios do setor da construção civil em todo o país — e o Baixo Sul da Bahia já sente os reflexos. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), 82% das empresas do ramo enfrentam dificuldades para contratar trabalhadores, enquanto 70% dos empresários relatam a ausência de mão de obra especializada.
O problema provoca um efeito dominó: com menos profissionais disponíveis, os salários aumentam, os prazos se alongam e os custos das obras disparam. A valorização dos profissionais experientes, como o carpinteiro Francisco Pereira, com 30 anos de profissão, mostra como o mercado está aquecido. “Eu amo essa profissão. É dela que tiro o sustento da minha família”, diz Francisco.
A situação é crítica nos canteiros. Segundo Sylvio Pinheiro, diretor da G+P Soluções, a ausência de trabalhadores compromete o andamento dos projetos. “É muito normal faltar entre 20% e 30% da equipe necessária. Mão de obra é o nosso maior gargalo hoje”, afirma.
Os cargos mais difíceis de preencher incluem eletricistas, mestres de obras, pedreiros, encanadores e instaladores. “Não se encontra mais profissionais tão técnicos como antes”, lamenta Pinheiro.