Falso centro terapêutico divulgava serviço irregular por meio de rede social

Casal de pastores anunciavam serviço irregular por meio do Instagram Crédito: Reprodução

falso centro terapêutico interditado na cidade de Planalto, no sudoeste baiano, divulgava o serviço irregular por meio do Instagram, de acordo com o tenente Oseias Vergas, que esteve à frente da operação. Na rede social, o casal de pastores, responsáveis pelo local, informava que trabalhava com ‘mulheres em situação de vulnerabilidade social’.

O local, identificado como Centro Terapêutico Hadassa, foi interditado na última quinta-feira (14), após denúncias da Vigilância Sanitária do município, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Seis mulheres vítimas de maus-tratos, uma de 18 anos e cinco acima de 60, foram resgatadas por policiais militares da 79ª Companhia Independente da Polícia Militar (79ª CIPM).

No perfil do Instagram, com o usuário @centro_terapeutico_hadassa, a pastora, apresentada apenas como Célia, diz que o trabalho no centro é ‘árduo e espinhoso’. “Nós estamos aqui, na luta, precisamos de ajuda. Nós não temos ajuda do poder público. Nós esperamos que vocês se sensibilizem. Toda ajuda é bem-vinda”, afirma em vídeo.

Durante a operação dos militares, a mulher foi encontrada no local e encaminhada à delegacia da cidade, onde prestou depoimento e foi liberada. O marido de Célia, que se apresentou como pastor José Silva no mesmo vídeo, ainda não foi encontrado.

De acordo com a Polícia Militar, a casa utilizada como falso centro terapêutico apresentava péssimas condições de trabalho. A parte inferior apresenta mato e muito material acumulado. Na parte de cima, não há acessibilidade, apenas uma escada íngreme que dificulta a locomoção das idosas. “O local é abafado e coberto com telhas de Eternit. As portas têm cadeados do lado de fora, e os idosos relatam que em alguns momentos são trancados nos quartos”, diz trecho da nota.

Ainda conforme a PM, as idosas relatam que o pastor era ignorante a agressivo. “Uma das idosas relata que era empurrada, obrigada a tomar remédio à força e que em um episódio foi enforcada pelo pastor. Não há médico, psicólogo ou enfermeiro para cuidar dos idosos. Eles próprios cuidam da casa e dos afazeres”, afirma.

Segundo a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado na Delegacia Territorial (DT) de Planalto para investigar a denúncia de importunação sexual e maus tratos, Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado contra a pastora, responsável pelo funcionamento do estabelecimento. As seis mulheres mantidas no local foram ouvidas pela polícia e encaminhadas para as respectivas residências – quatro são da Bahia e duas são de Minas Gerais.

A reportagem tentou contato com a prefeitura de Planalto e com o MP-BA, responsáveis pelas denúncias, mas não obteve sucesso.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

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