EUA aumentam importações de ovos do Brasil para enfrentar crise causada pela gripe aviária

Os Estados Unidos têm enfrentado uma severa crise de abastecimento de ovos devido a um surto de gripe aviária que, desde o início de 2022, resultou na morte de aproximadamente 170 milhões de aves no país. Para mitigar essa escassez e conter a escalada dos preços, o governo norte-americano intensificou as importações de ovos, com destaque para o aumento significativo das compras provenientes do Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de ovos para os EUA quase dobraram, registrando um aumento de 93% em fevereiro de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Historicamente, os ovos brasileiros exportados para os EUA eram destinados apenas para a produção de ração animal. No entanto, com a atual crise, esses ovos passaram a ser utilizados também na indústria alimentícia, em produtos processados como misturas para bolos e sorvetes, liberando mais ovos frescos para o mercado consumidor norte-americano.

O impacto da gripe aviária nos EUA levou o governo a anunciar um plano de US$ 1 bilhão para combater a doença e estabilizar os preços dos ovos. Esse plano inclui medidas de apoio aos produtores, prevenção da disseminação do vírus e pesquisas para o desenvolvimento de vacinas. Além disso, os EUA estão buscando diversificar suas fontes de importação, negociando com países como Turquia, Coreia do Sul e Itália para suprir a demanda interna. 

No Brasil, embora não haja registros de gripe aviária em produções comerciais, o mercado interno também sente reflexos da crise internacional. O aumento das exportações e a maior demanda global têm pressionado os preços dos ovos no mercado brasileiro, resultando em aumentos significativos para o consumidor final.

A situação destaca a importância do Brasil como fornecedor estratégico no mercado global de proteínas, especialmente em momentos de crise sanitária que afetam a produção em outros países. As autoridades brasileiras seguem monitorando a situação para equilibrar as demandas de exportação com o abastecimento e a estabilidade de preços no mercado interno.