Equoterapia auxilia pessoas com deficiência nas habilidades psicomotoras e sociais

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Foto: Luiz Tito | Ag. A TARDE

A equoterapia utiliza o cavalo como instrumento para desenvolver habilidades psicomotoras e sociais de pessoas com deficiência. Em Feira de Santana (a 109 km da capital), a técnica promove mudanças positivas na vida de 60 pessoas com síndrome de down, autismo, paralisia cerebral e deficiência intelectual.
Há mais de três anos, o tratamento é gratuito no Esquadrão de Polícia Montada, da PM, na Fazenda Antídio, no distrito de Maria Quitéria. Este ano, está sendo criada a Associação Amigos Especiais Equoterapia (AAME), para fortalecer as atividades na fazenda.

Equipe
“Temos terapeutas, psicólogos, educadores físicos, enfermeiras e assistentes sociais, todos voluntários, com o objetivo de proporcionar ao praticante a possibilidade de ser observado e estimulado em vários aspectos, de acordo com seu diagnóstico”, diz o major Genival Moncorvo, comandante do Esquadrão.
O atendimento é feito um dia por semana e atualmente 26 crianças e adolescentes praticam a atividade durante 30 minutos, em quatro cavalos. Ao montar, explica o major, o praticante recebe estímulos táteis e proprioceptivos, pois o cavalo, em qualquer de suas andaduras, provoca movimentos tridimensionais, ou seja, para cima e para baixo, para esquerda e para a direita, para trás e para frente. Este movimento se aproxima à marcha humana, que alguns praticantes só têm a oportunidade de sentir quando estão sobre um cavalo.

Evolução
Para a psicóloga e fisioterapeuta Neíse Goulart, que trabalha, a melhora é visível logo nos primeiros atendimentos e isto motiva a equipe a desenvolver cada dia mais um trabalho melhor. “Temos casos de gente que não andava e já no segundo atendimento conseguiu largar a cadeira de rodas. Isto nos emociona, pois temos a certeza que estamos no caminho certo”, diz Neíse.
Sua alegria é compartilhada pelos pais dos praticantes. Desde o inicio do projeto, Maria Renilda Trindade leva o irmão Manoel Ferreira Júnior, 36, que tem paralisia cerebral e é só elogios. “Ele não tinha postura nem coordenação motora. Aqui, melhorou bastante, já pega alguns objetos sozinho e até a alimentação melhorou, pois ele se engasgava com facilidade e hoje não faz mais, aprendeu a mastigar adequadamente”, disse.
Praticante da equoterapia há apenas três meses, o autista Caio Luiz de Araújo, 3, já demonstra melhoras. “Ele não interagia com ninguém. Hoje, além de cantar e começar a se comunicar com familiares e amigos, ele já consegue falar algumas palavras e desconfio que já lê, pois tem letras de músicas que ele acompanha como se estivesse lendo”, frisou.
Quem desejar se inscrever para fazer equoterapia ou ajuda a AAME pode ligar para o telefone 8812-2419. (A Tarde).