Entre janeiro e novembro, Amazônia teve maior desmatamento em 10 anos

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgou, nessa segunda-feira (20/12), que a Amazônia perdeu 10,2 mil quilômetros quadrados de floresta entre janeiro e novembro de 2021. A área é sete vezes maior que a cidade de São Paulo.
O valor acumulado entre os 11 meses é o maior dos últimos 10 anos durante o mesmo período. Comparado ao ano anterior, o número teve um aumento de 31%.

O levantamento aponta que 54% do desmatamento em novembro ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse.

Segundo os dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a invasão de terras públicas foi responsável por 28% do total desmatado entre agosto de 2020 e julho de 2021. Imóveis rurais de áreas privadas ocupam a segunda maior porcentagem, de 26%, seguido por assentamentos, com 23%.

A pesquisadora do Imazon Larissa Amorim afirma que “as consequências do aumento do desmatamento observado neste ano são inúmeras, entre elas a intensificação do aquecimento global, a alteração do regime de chuvas e a perda da biodiversidade”.

Ela também aponta que a destruição da floresta é uma ameaça para a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas. Amorim diz que a intensificação de ações de fiscalização e punição dos responsáveis pelo desmatamento ilegal é necessária para reduzir o ritmo de devastação.

Três estados críticos

Três estados do Brasil foram os responsáveis por 80% do desmatamento neste mês: Mato Grosso, Pará e Rondônia. Pará tem o caso mais grave, liderando o ranking de destruição da floresta nos últimos sete meses. Em novembro, o estado registrou uma perda de 290 quilômetros quadrados, equivalente a 60% da área desmatada.

De acordo com os dados, 16 dos 20 municípios e assentamentos que mais destruíram a floresta estão localizados no Pará, alertando o governo para uma necessidade de ações de combate mais efetivas.

O estado do Mato Grosso foi responsável por destruir 54 quilômetros quadrados, equivalente a 11%, enquanto Rondônia desmatou 42 quilômetros quadrados, 9% do total. Os dois estados juntos possuem cinco das 20 áreas protegidas que mais sofreram com o desmatamento, sendo duas unidades de conservação e três territórios indígenas.

Fonte: Metrópoles