Em uma semana, casos de covid aumentam em 71% e batem recorde: 9,5 milhões

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que a variante ômicron está levando o mundo a registrar um número inédito de contaminações pela covid-19, com um aumento de 71% em apenas uma semana e atingindo o recorde de 9,5 milhões de contaminações. Nas Américas, o aumento em apenas sete dias foi de 100%.

Mas a agência aponta que a vacinação é a aposta e pode promover uma dissociação entre as taxas de transmissão e o número de mortes. Na semana, o número de mortes foi de 41 mil, uma redução de 10% em comparação aos sete dias precedentes.

A OMS, com sede em Genebra, concedeu uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em meio a índices recorde em países como França, EUA, Reino Unido, Itália, Portugal, Israel ou Turquia.

Para a agência, os números vão continuar a subir nesta semana, já que, em apenas dois dias, 2,5 milhões de casos diários já foram registrados.

De acordo com a entidade, as evidências apontam que, onde a mutação chegar, ela dominará em questão de poucas semanas. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, estimou que o mundo registrou o maior número de novos casos de transmissão na semana passada. E, segundo ele, o que se conhece é apenas uma parcela da realidade, já que os números são subestimados. Ele também destaca o atraso ao lidar com o acúmulo de testes e autotestes não registrados.

“O tsunami de casos é tão grande que estão sobrecarregando hospitais, que estão sendo inundados”, disse. Segundo ele, além de o vírus matar, essa lotação de hospitais está levando a um aumento no número de óbitos por outras doenças, já que pacientes não conseguem ser tratados.

Tedros ainda apela para que a variante ômicron não seja categorizada como sendo “suave”. “Mesmo que pareça ser menos severa, especialmente entre vacinados, ela não pode ser categorizada como suave”, declarou. “A variante está levando pessoas ao hospital e matando”, disse.

Ômicron não será a última variante

Mike Ryan, diretor de operações da OMS, acredita que é “prematuro” pensar que a variante ômicron é a última mutação do vírus. Para ele, o mundo não está fazendo o suficiente para impedir a transmissão da covid-19 e, com isso, as chances de novas mutações continuam.

“O vírus tem muita energia e bilhões de pessoas ainda não estão vacinadas. Isso é oportunidade para se espalhar. Mas não estamos fazendo o suficiente para evitar isso”, disse.

Maria van Kerkhove, diretora técnica, tampouco acredita que essa seja a última variante. “Não será a última. O vírus continua a se desenvolver”, declarou.

OMS aguarda informação de Sinovac sobre ômicron

A aposta da OMS para frear a onda e evitar mortes é ampliar e acelerar campanhas de vacinação. “Vacinas funcionam contra todas as variantes”, disse Maria.

A entidade, porém, admite que ainda aguarda para obter informações mais completas sobre o impacto da nova variante sobre as vacinas chinesas produzidas pela Sinopharm e Sinovac. A OMS considera que os dois imunizantes são “importantes” na resposta global e, portanto, uma avaliação deve ser realizada.

Mas o que mais preocupa a agência é que, diante da proliferação inédita do vírus, um número importante de países continua a ter baixas taxas de vacinação. Ao final de 2021, 92 países não tinham atingido a meta de imunizar 40% de suas populações e 30 deles apresentavam cobertura inferior a 10%.

De acordo com Tedros, no atual ritmo de distribuição de doses, 109 países não atingirão o objetivo de vacinar 70% de suas populações até julho.

Fonte: Uol Notícias