Editorial: O medo dorme ao lado: a violência doméstica

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Em 1995 o Brasil, na Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher reconheceu que a violência contra a mulher é uma violação aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.                                                      Sendo uma ofensa à dignidade humana e uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres.

Os dados sobre a violência doméstica são alarmantes, “no Brasil, a cada duas horas uma mulher morre vítima de violência doméstica”, a cada hora “10 mulheres são vítimas de violência e maus tratos”!

A história de desigualdade entre o sexo masculino e o feminino vai além do puro e simples fator biológico.  Uma da mais marcante forma de desigualdade entre homens e mulheres é o fato de vivermos em uma sociedade que reforça a “máxima” de que o homem é o sexo mais forte. Os papéis sociais são impostos a ambos, épropositalmente diferenciado, buscando evidenciar a dominação masculina e incentivando a violência entre os sexos.

Historicamente a mulher é vista como frágil isso dificultou que ela avançasse socialmente ou profissionalmente na mesma proporção do homem, os seus direitos de cidadania foram negados por anos, o que sem dúvida deu origem à violência contra mulher. Posta em um grau de submissão, discriminação e opressão a mulher, é geralmente vista pela sociedade patriarcal como um objeto agregado do mundo masculino, a violência praticada pelo homem, é mais frequentemente cometida no ambiente doméstico e familiar!

Este tipo de violência atinge a todas as classes sociais, e apesar de que muitos pensarem não afeta apenas a mulher, mas aos filhos, avós, sogros a todos os indivíduos unidos por parentesco civil ou natural. Seja essa violência de natureza Física, Sexual, Psicológica ou de Privação e abandono, ela afeta a vida doméstica de todos os integrantes. Os motivos que levam a agressão doméstica estão associados a diversos fatores como: alcoolismo, drogas, adultério, discussões por afazeres domésticos e situação financeira.

O sentimento de posse do homem em relação à mulher e filhos, bem como a impunidade, são fatores que generalizam a violência.

Os homens que batem nas mulheres o fazem entre quatro paredes, para que não sejam vistos por parentes, amigos, familiares e colegas do trabalho, costumam estender as agressões aos seus filhos, como forma de inibir e amedrontar qualquer possível reação de ajuda ou mesmo de denúncia por parte destes.

A maior parte dos casos de violência doméstica acontece com mulheres de classes financeiras mais baixas, a classe média e a alta logicamente que também tem casos, no entanto essas mulheres denunciam, o que não ocorre nas de classes mais baixas, por vergonha e medo de represaria ou mesmo por não poderem sustentar sua família a maioria delas sofrem diariamente caladas. E o agressor dorme bem ali ao seu lado!