Dor no sexo? Entenda o problema

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Primeiro precisamos entender que o hímen é uma membrana incompleta que separa a região da vulva da entrada da vagina. Na fase embrionária ela é fechada e, antes do nascimento, ocorre uma destruição das células do seu centro abrindo assim uma passagem. Algumas vezes esta degeneração não ocorre de maneira adequada. Assim, se formam três tipos de himens:

Imperfurado: essa é a alteração mais comum das malformações do hímen que obstruem a vagina. Nesse caso o sangue menstrual fica acumulado no hímen, principalmente na adolescência, levando muitas vezes a um quadro emergencial – uma vez que esse acúmulo causa dor. Chamamos isto de Criptomenorreia, ou seja, sangramento escondido.
Abertura incompleta: esse é o hímen microperfurado, septado (trave na abertura) e cribriforme com várias perfurações. Estes quadros não levam à obstrução da menstruação.
Hímen anular (em forma de anel): esse é o mais comum. Pode ocorrer, em alguns casos, um anel fibroso a sua volta, que forma o hímen complacente. Assim como as aberturas incompletas, ele pode impedir uma relação sexual com penetração ou torna-la muito dolorosa, já que ele não se rompe.
Estas alterações anatômicas podem ser vistas e avaliadas em exame clínico simples. O tratamento pode acontecer em qualquer momento do desenvolvimento da criança e adolescente.

Tratamento
Em alguns casos, a cirurgia torna-se necessária. Ela é simples, feita com anestesia e refaz a abertura adequada da vagina. Durante as primeiras relações sexuais, o hímen é rompido e pode levar a um sangramento discreto.

As mulheres e adolescentes devem conhecer seus corpos. E é importante que elas saibam que mesmo sem terem tido relações sexuais, podem usar absorventes internos sem qualquer problema.

Se a sexualidade já é cheia de preconceitos e tabus entre nós, o hímen é onde eles se concretizam. Até muito pouco tempo atrás, em 2003, a nossa constituição determinava que o casamento poderia ser anulado se a mulher não fosse virgem. Com isso, em muitos lugares a plástica para refazer o hímen se tornou comum. Devemos educar a sociedade e mostrar que a sexualidade da mulher é muito mais que o hímen.