Cuba se tornou, nesta terça-feira (30), o primeiro país do mundo a receber validação da Organização Mundial da Saúde (OMS) por eliminar a transmissão do vírus HIV e da sífilis de mãe para filho. O anúncio do feito foi realizado pelo ministro da Saúde Pública de Cuba, Roberto Morales Ojeda, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS/OMS) em Washington. Ao comemorar o fato, o ministro cubano afirmou que “tudo foi possível por meio do nosso sistema social e pela vontade política desde o mais alto nível. Isso permitiu que um país com poucos recursos tenha alcançado isso”.
A diretora geral da OMS, Margaret Chan, afirmou que o feito cubano é uma grande vitória na batalha contra o HIV e doenças sexualmente transmissíveis. Eliminar a transmissão de um vírus é uma das maiores conquistas possíveis de saúde pública. Um passo importante no sentido de ter uma geração livre da Aids”, reiterou Margaret. Por trás deste resultado, estão anos de esforços para garantir o acesso precoce a cuidados pré-natais, testes e medicamentos às mulheres grávidas. Michel Sibidé, diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids, na sigla em inglês), acrescentou que a notícia merece ser comemorada em todo mundo. “Esta é uma celebração para Cuba e uma celebração para crianças e famílias em todos os lugares.
O fato mostra que acabar com a epidemia de Aids é possível e esperamos que Cuba seja o primeiro de muitos países que obtiveram sucesso ao buscar a validação do fim de suas epidemias entre as crianças”. De acordo com a OMS, cerca de 1,4 milhões de mulheres que vivem com HIV engravidam anualmente ao redor do mundo. Sem tratamento elas possuem uma chance de 15% a 45% de transmitir o vírus para seus filhos durante a gravidez, parto ou amamentação.
Entretanto, esse risco cai para pouco mais de 1%, se medicamentos antirretrovirais são dados às mães e às crianças. O número de crianças que nascem anualmente com o HIV caiu quase pela metade desde 2009. Passou de cerca de 400 mil em 2009 para 240 mil em 2013. No entanto, serão necessários maiores esforços para atingir a meta global de menos de 40 mil novas infecções em crianças por até 2015.
Já sobre a sífilis, quase 1 milhão de gestantes estão infectadas com a doença, o que pode levar a perda do bebê, morte neonatal, nascença de crianças com baixo peso e infecções graves durante a gravidez. Entretanto, rastreio e tratamento são opções simples que podem ser tomadas durante a gestação, eliminando a maioria dessas complicações. (BN)