Ex-marido, com quem ela tinha filho de 5 anos, vai responder por feminicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma de fogo e cárcere privado
A Polícia Civil confirmou nesta terça-feira (30) que o corpo desmembrado encontrado na região de Vera Cruz era mesmo da professora Ariane Lima dos Santos, 37 anos, desaparecida desde 25 de junho em Camamu, no Baixo Sul da Bahia. O ex-marido da vítima está preso pelo crime.
Nas redes sociais, a família de Ariane afirmou que não foi consultada no processo de reconhecimento do corpo, e que continuará “buscando e aguardando respostas”. “Não participamos do reconhecimento e não fomos chamados até o momento. Então não tem como dizer que é Ariane”, disse uma familiar ao CORREIO.
Parte do corpo – tronco, cabeça e membros superiores – foi achada por um caçador em uma cova rasa nas imediações da BA-001, na localidade de Jiribatuba. O corpo já estava em estado avançado de decomposição.
Os investigadores refizeram os passos da professora a partir das imagens das câmeras de segurança. Um dia depois de desaparecer, Ariane conseguiu ligar para um parente e contou que era mantida em cárcere privado pelo ex, em um sítio da região. Com essas informações, além de depoimentos de familiares, atestando que a relação do suspeito com a vítima era baseada em agressões, a Polícia Civil solicitou a prisão temporária dele, pedido atendido pela Justiça.
Ao longo da investigação, o homem entrou em contradições. A polícia também localizou com ele objetos que podem ter sido usados no crime, como um revólver com projétil deflagrado, e uma motosserra, que pode ter sido usada para esquartejar o corpo da professora. O material ainda vai passar por perícia.
Cães farejadores também participaram da investigação, revelando indícios de que o acusado esteve no local onde os restos mortais da vítima foram encontrados.
“O trabalho dos nossos investigadores foi impecável com todas as peças do xadrez devidamente encaixadas. Com agilidade e eficiência prendemos o suspeito apenas oito dias após o desaparecimento da vítima e agora, menos de um mês depois do sumiço da professora, representamos pela sua prisão preventiva com toda materialidade do crime”, diz o coordenador da 5ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), delegado José Raimundo Neri Pinto.
O Ministério Público já apresentou denúncia contra o acusado pelos crimes de feminicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma de fogo e cárcere privado. O acusado ainda responde pelo estupro de uma adolescente em Camamu, em um crime sem relação com a morte da professora.
Ariane deixa um filho de 5 anos, fruto da relação com o suspeito.
Jornal Correio