Colunista alerta sobre violência contra a mulher.

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Foto: Divulgação

Violência doméstica: E quando o agressor é seu companheiro?

Por: Rosemeire Cerqueira.

De uma forma geral, a violência define-se como sendo o uso de palavras ou ações que machucam as pessoas. Também se caracteriza pelo abuso do poder, assim como o uso da força física que resulta em ferimentos, tortura ou morte.

São vários os motivos: miséria, desigualdade, pobreza, discriminação, entre outros, que contribuem para o desenvolvimento de atos agressivos entre as pessoas, porém a violência não está associada à classe marginalizada como muitos pensam. Ela surge em todas as classes sociais, religiões, etnias, etc.

Muitas vezes a violência é utilizada de forma sutil, pois aquele que agride toma certos cuidados para dominar por completo o estado emocional do outro e é, neste contexto, que está inserida a violência doméstica contra a mulher.

A violência doméstica contra a mulher, entre elas, a sexual,  não é plenamente visível e exatamente por isso difícil de ser combatida já que,  muitas vezes,  por vergonha, medo, dependência, etc, a mulher não denúncia seu companheiro/marido  agravando ainda mais a situação e dando ao agressor o privilégio da impunidade.

Deste modo, o ambiente familiar é o mais propício para a ocorrência de todas as formas de violência, pois além da mulher não denunciar por tratar-se de seu ambiente familiar, seu lar,  as pessoas não interferem nas brigas conjugais e diversas vezes utilizam  o chavão “ em briga de marido é mulher ninguém mete a colher” para justificar a falta de atitude diante de uma situação de violência.

A violência sexual contra a mulher  é uma demonstração de poder dos homens e a consumação da ideia de  que a mulher é um objeto de posse e um ser que está ali para servi-los e satisfazê-los em todas suas vontades.  

Muitas mulheres, infelizmente, não atentam para situações de violência às quais são submetidas diariamente desde um “simples” empurrão, grito, xingamento até uma relação sexual imposta em um momento em que ela não deseja, pois muitas acreditam  que é normal certos comportamentos dos homens e chegam a pensar que seu companheiro tem direito e razão de exigir delas certos comportamentos e obrigações.

Uma das causas para o aumento da violência doméstica é a falta de denúncia por parte da vítima já que inúmeras vezes elas se calam por medo, vergonha,  submissão, entre tantas outras coisas e, ainda há o agravante de que quando as    mesmas conseguem fazer a denúncia não recebem o devido  amparo  do Estado que garanta sua integridade física, moral e psicológica.

Apesar da criação da Lei Maria Penha ( criada com o objetivo de proteger a mulher e punir quem prática  violência contra a mesma) os casos de violência continuam crescendo de forma alarmante e a ineficiência da lei que não prevê punições mais severas para os agressores e  a falta de aplicabilidade da pena quando ocorre condenação só agrava o problema.

Para que se resolva a situação de violência contra a mulher é necessário que a sociedade se conscientize no intuito de não mais reproduzi-la. Torna-se indispensável a quebra do silencio da vítima, a qualificação do atendimento quando solicitado, além de estruturas  disponíveis para fazer o atendimento de forma adequada e humanizada que não  exponha  a mulher em um momento em que ela já está fragilizada.

 

 

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