Luzitânia Silva
Pra você eu não quero escrever textos saudosos, doídos, chorosos e agonizantes como músicas que por si só já são uma sofrência.
Por você eu não quero me lastimar, entristecer e sentir a dor mais profunda e insuportável para minh’alma, porque bem sei do meu passado. Só eu sei de minhas vivências, meus bramidos aflitos, meus pesares anteriores e que hoje pouco me acrescentam. Apenas eu compreendo a saudade sentida diariamente quando não te vejo, não te ouço, não te toco…
Sinto saudade sempre, contudo não quero torná-la corrosiva como ácido em contato com a pele. Quero senti-la de vez em quando, mas sem remorso, sem pungir, angústias e impressão de perder o ar e a vontade de respirar.
Não quero ouvir canções remontantes à tristeza de ter perdido o amor de alguém tão amado. Caso as ouça, que não causem destruição no meu ser e as letras não me machuquem como uma flecha direcionada ao meu peito.
Por você não quero tomar tanto álcool, transformando cadeira de bar em divã e garçom em psicólogo.
Por você faria tanta coisa e não faria nada. Às vezes é melhor ficar inerte.
Uma antítese, dualidade, é saber que você é o melhor e o pior de mim, me sossegando e trazendo inquietação, mesmo intentando que esse último não seja uma constante. Torço pela superioridade do bom e do belo.
Pra você almejo entregar meu ser através de atos e palavras, sem deixar de me ter. Sem deixar de me bastar.