Por: Rosemeire Cerqueira.
Estamos vivendo em meio a uma avalanche de escândalos públicos, o que tem sido algo constante desde a época em que éramos apenas uma colônia. O ditado popular estamos vivendo na “casa da mãe Joana” aplica-se perfeitamente no nosso dia a dia.
Quando o poder estava nas mãos dos militares a corrupção já assolava o país porém, sem ser descoberta, investigada e punida , pensávamos que, a solução para esse problema era a tão sonhada democracia. Então, chegou o dia em que nos libertamos das algemas do militarismo e alcançamos o Estado Democrático, mas percebemos que a corrupção não tinha sido vencida, ela apenas tinha ganhado novos atores ( Ex: os políticos).
Otimistas e sonhadores que somos, pensamos que a eleição direta para presidente colocaria um fim na corrupção que continuava a reinar no país… elegemos assim, nosso primeiro presidente por voto direto( Fernando Collor de Melo) que, por ironia do destino ou não foi afastado do poder por cometer atos ilícitos.
Depois de muitos anos da direita no poder pensamos que talvez o problema estivesse nos neoliberais. Então, colocamos a esquerda no poder e a corrupção continuou/continua a crescer de forma assombrosa e alarmante. Seguramente a corrupção é um fenômeno muito difícil de ser combatido no Brasil, e uma das causas é nosso sistema de administração pública que é propício e oportuno para os que desejam praticar atos ilegais. Nesse contexto, temos diariamente casos de corrupção envolvendo os três poderes ( judiciário, legislativo e executivo).
Feita essa pequena retrospectiva, vamos fazer uma reflexão sobre nosso papel enquanto cidadãos responsáveis por eleger nossos representantes nas esferas públicas .
A cada 4 anos somos responsáveis pela escolha dos nossos governantes, pessoas cujo principal dever é lutar por nossos direitos e nos representar. Porém, muitos deles depois de eleitos esquecem que são representantes do povo e começam a atuar em beneficio próprio deixando de lado as necessidades da população. Muitos dos governantes que assumem as cadeiras das Prefeituras, Câmeras e do Congresso já sofreram alguma ação judicial por suspeita de corrupção e alguns já foram até condenados e, mesmo assim, conseguiram se eleger/reeleger.
Ora, a pergunta é inevitável, como podemos votar em alguém que já foi ou está sendo processado por cometer atos ilícitos, por fazer mau uso da máquina pública entre tantas outras coisas? Será que, agindo assim, não somos nós os principais culpados pela atual situação do país? Será que ao eleger um corrupto não nos tornamos corrupto também? Afinal, se temos a oportunidade de mudar a história a cada 4 anos por que insistimos em votar nos mesmos políticos corruptos? Se existe o corrupto também existe o corrompido.
Enquanto existirem eleitores complacentes com a situação de corrupção o Brasil, continuará no mesmo estado caótico e vergonhoso. Enquanto as instituições responsáveis por investigar e punir os crimes de corrupção não atuarem de forma eficaz pouco podemos esperar a curto e longo prazo. A corrupção no país só diminuirá quando existir punição para os culpados, pois essa é a única forma de evitar o assalto dos cofres públicos que hoje tornou-se um fato banal no cenário político brasileiro.
FONTE: PTN NEWS
