Por. Rosemeire Cerqueira
Os meios de comunicação de massa como a internet, a televisão, o rádio, o jornal, entre outros, estão praticamente dentro de todos os lares e têm o grande poder de influenciar a sociedade moderna, sendo eles responsáveis pela formação de opiniões e até de ideologias. São eles que decidem quais temas devem ou não serem discutidos na esfera pública, inclusive, impondo suas versões como verdades absolutas, fazendo muitos acreditarem no que escutam, veem e leem sem ao menos questionar a veracidade da informação. Mas, como já diz o velho provérbio popular “Quem conta um conto aumenta um ponto”.
Ninguém nasce com pensamento pronto, nossas ações são aprendidas e elas refletem ideias e valores que nos foram ensinados por distintas pessoas, de diferentes formas e meios.
Nossa sociedade capitalista, acompanhada pelos meios de comunicação, cria modelos padronizados de desejos, comportamentos, ideias e valores que são incorporados, naturalizados e reproduzidos pela população como se fossem seus.
E é assim, que, desde a mais terna infância, aprendemos a consumir de tudo, desde ideias ( os bens simbólicos) até produtos (os bens materiais). Basta abrir os jornais, as revistas, etc. Para encontrarmos um manual pronto a ser seguido. Nele podem ser encontrados modelos de beleza, tendências a serem seguidas e informações ( muitas vezes manipuladas de acordo as conveniências). Já para quem não é muito adepto à leitura desse gênero só precisa ligar a TV para ter acesso a um verdadeiro “arsenal” de diversão e informação sentado no sofá de sua sala. Porém, ao ligarmos a TV, de certo modo, também estamos ligando uma fábrica de ideias, estereótipos e manipulações.
As novelas exibidas diariamente apresentam tramas e situações em que valorizam a inversão de valores e, nesse cenário novelesco, traição, mentira, roubo, vingança, assassinato e ódio são tratados como algo natural. São essas mesmas novelas as responsáveis por criar e transmitir valores aos jovens. Fico me perguntando: Que valores são esses que nossos jovens estão aprendendo?
Os programas de auditório alimentam-se de fuxicos, sensacionalismo e exposição da vida dos famosos.
Os jornais, em sua grande maioria, apenas apresentam informações ( que muitas vezes são de seu próprio interesse) sem fazer o telespectador/leitor refletir acerca do que está sendo noticiado. Já outros adotam a linha “policial sensacionalista” apresentando somente matérias repetitivas e apelativas com casos bizarros e tragédias.
As propagandas e os comerciais são um incrível estimulante do consumismo. Todos os dias nos são apresentados produtos, algo novo, maravilhoso, imperdível. São tantas marcas e opções que fica praticamente impossível resistir ao chamado capitalista.
O rádio é um veículo que dispõe de uma grande capacidade de alcançar a população de forma rápida e eficaz e, também, sabe utilizar suas armas para atingir a maioria da população. Neste meio destaco a capacidade de propagação dos sucessos musicas.
Quando falamos em meios de comunicação não podemos nos esquecer de falar da internet e de tudo que ela significa na atualidade. Porém, essa discussão ficará para outra oportunidade devido ao seu grau de complexidade e relevância.
Diante destas reflexões precisamos compreender que os meios de comunicação, hoje, se transformaram praticamente em uma escola paralela, uma vez que, os mesmos promovem uma “educação” que induz os indivíduos a consumirem os mesmos bens ( sejam eles materiais ou simbólicos) , usar as mesmas marcas, gostar do mesmo estilo musical, cultuar a mesma forma de beleza padronizada, ter as mesmas opiniões, os mesmos comportamentos e até as mesma ideias.
Nesse sentido, precisamos de uma educação que nos ajude a entender o direito que temos á informação e que nos possibilite uma leitura mais crítica de tudo que escutamos, vemos e lemos para, assim, atendermos aos nossos próprios interesses e conveniências e não as do “ dominante”.
Necessitamos de uma educação que nos ajude a sair do lugar de contempladores passivos das tele novelas, dos artistas, dos programas sensacionalistas, das informações manipuladas e da enxurrada de consumismo que somos expostos para atuarmos com criticidade e conscientemente no momento de escolhermos o acesso à informação que queremos ter e de formar nossas opiniões acerca do que nos é apresentado.
PTN NEWS