Por: Rosemeire Cerqueira
Vivemos um momento político, social e econômico deplorável. O Estado, há muito tempo instituiu a política de pão e circo com o objetivo de entreter o povo para que não haja uma conscientização social da real situação que o país vem passando.
Há séculos, na Roma antiga quando a mesma passava por um grave período de epidemias e fome, os imperadores criaram as arenas onde os gladiadores batalhavam até a morte oferecendo ao povo um espetáculo grandioso, ou seja, diversão gratuita. Além disso, era ordenada a distribuição gratuita de comida para a população. Tudo isso com o objetivo de acalma a população e desviar a atenção da situação degradante na qual viviam.
Hoje, ao invés de termos arenas repletas de gladiadores, temos os estádios onde por pouco mais de uma hora o povo esquece as desmazelas que vivemos e se entregam a paixão nacional, o futebol. Os milhões gastos dos cofres públicos na construção de estádios em cidades que não possuem a mínima infraestrutura para oferecer educação e saúde de qualidade demostra o tamanho do descaso que os gestores públicos têm com a população que, muitas vezes, nem percebe as manobras ardilosas para suborná-la.
Assuntos referentes ao combate da corrupção, a saneamento básico, melhor qualidade de vida, investimentos em uma melhor distribuição de renda e em educação pública são banalizados dando lugar aos assuntos do momento (Ex: as relações conturbadas dos personagens da novela Global Babilônia ), enquanto o Brasil naufraga, discutimos banalidades iludidos pelas grandes mídias.
A mídia é um dos principais meios usado para distrair e manipular a população pois, é através dela, que se consegue manter grande parte das pessoas “encabrestadas” em uma realidade ilusória vendida como verdade. Enquanto a grande mídia noticia apenas questões de seu interesse, o povo segue alheio a real situação do país. Vivendo os sonhos românticos e as tragédias das novelas enquanto a inflação dispara, os preções dos alimentos sobem escandalosamente, a educação declina e a saúde beira a decadência.
Estamos em uma sociedade onde os temas que levam a população a pensar são abafados e, isso porque, no momento em que pensamos e refletimos tomamos consciência do nosso papel na sociedade e saímos do comodismo. Evidentemente, que esse não é o objetivo dos governantes. Afinal, uma população cômoda e mantida a base do pão e circo é extremamente conveniente para eles, pois é manipulável e passiva o que é ideal para as práticas de corrupção já institucionalizada na política brasileira.
A única diferença entre nós e a antiga Roma é que trocaram as arenas e os gladiadores pelos estádios, carnavais e pela televisão. O pão continua o mesmo!
Este é o atual cenário que vivemos e se você, leitor, que com certeza possui um grau de instrução e criticidade, pois se interessou em ler este texto, tem alguma dificuldade em concordar com as minhas colocações, imagine a parcela da população que não tem instrução nem condições de estar a par das discussões atuais que nos levam a pensar e a refletir.
Enquanto vivermos de pão e circo e aceitarmos de bom grado as migalhas que nos são oferecidas continuaremos a mercê dos políticos corruptos e do sistema. O Brasil só avançará e sairá deste estado caótico que está quando deixarmos a comodidade do sofá e nos conscientizarmos de que somos os principais agentes da mudança e os únicos capazes de transformar o país. Diga não a essa política suja do PÃO E CIRCO.
PTN NEWS