CEIA NATALINA FICA MAIS CARA E DEVE AUMENTAR CONSUMO DE PRODUTOS NACIONAIS

Falta pouco mais de um mês para as festas de fim de ano e muitas famílias já começam a se programar para a compra dos produtos que compõem a ceia de Natal. Então, é bom preparar o bolso: boa parte dos itens tradicionais utilizados no jantar natalino estará mais cara em 2013. Segundo o presidente da Associação dos Supermercados, Raimundo Barreto, os preços mais expressivos estarão nas prateleiras de queijos, vinhos e outros produtos importados, como o bacalhau e as frutas da época. Segundo ele, a alta é um reflexo direto da variação no preço do dólar.O valor do dólar comercial subiu 19,85 % até o mês de agosto deste ano, período em que os produtos importados costumam ser encomendados. Entre os produtos mais consumidos nesta época está o vinho, que deve apresentar o preço mais expressivo em comparação aos outros itens. De acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (ABBA), o valor da bebida importada subiu de 8% a 12% em relação ao mesmo período do ano passado.A aposentada Isis Alves já percebeu a alta nos preços. Apesar de ainda não ter providenciado as iguarias de Natal, ela já está observando o preço dos itens enquanto realiza suas compras rotineiras. “Ainda não me preocupei em fazer as compras para a ceia de natal, mas, sempre costumo comprar queijo do reino importado, por exemplo, e percebi que o preço está maior que o valor cobrado no ano passado”, contou.‘Ceia nacionalizada’
Já os itens produzidos em território nacional – com exceção do queijo, que está mais caro por causa da seca que afetou o abastecimento de leite nas regiões Norte e Nordeste – não devem sofrer grandes alterações nos preços. “O valor gasto com a ceia também vai depender da classe social que esse consumidor pertence. No mercado temos cestas que variam de R$ 35,00 a R$ 600,00”, exemplificou o presidente da Asa, Raimundo Barreto.
Para o economista Cícero Péricles, é natural que os preços dos alimentos tradicionais cresçam neste período do ano, por isso a média de custo dos principais itens nacionais será semelhante ao valor calculado no ano passado. “O preço sobe porque a demanda nesta época do ano é maior. Então, os comerciantes aproveitam para cobrar mais”, afirmou.
O economista acredita que a alta no preço do dólar não deve influenciar nos gastos do consumidor alagoano porque ele dificilmente vai optar pela compra de produtos importados. “Grande parte dos produtos tradicionais como vinhos, panetones, derivados do leite, castanhas, chocolates e até mesmo o próprio peru já são produzidos no Brasil e em Alagoas, inclusive. Podemos dizer que o Brasil tem hoje uma ceia nacionalizada”, enfatizou.
Quanto custa a ceia?
A reportagem do TNH1 passou por alguns supermercados de Maceió para acompanhar o custo dos itens nacionais mais usados na ceia natalina. Sendo um dos produtos mais procurados, o quilo do panetone tradicional está custando em média R$ 29. Entre os vinhos mais populares, os preços variam entre R$ 15 e R$ 30.
No caso dos queijos, enquanto o quilo do gorgonzola está custando R$ 46, a mesma quantidade do gouda custa em média R$ 57. O provolone está custando R$ 48 e o queijo do reino R$ 65.
Entre as frutas mais consumidas, a maçã vermelha e o kiwi se destacam com os menores valores, R$ 6 o quilo. A ameixa está custando R$ 8,80, a pera R$ 9,50, a uva verde R$ 10 e o morango R$ 16.
Já 150 g de ameixa seca, uva passa e frutas cristalizadas custam em média R$ 6, R$ 7 e R$ 5 respectivamente. Já a castanha, numa quantidade equivalente a 180g, pode ser comprada por R$ 15, perdendo apenas para o damasco, que custa em média R$ 20 para cada 200g. O preço do peru está variando de R$ 40 a R$ 55.
E como gastar menos?
Para desviar os preços mais altos, o economista Cícero Péricles alerta que o consumidor deve ter planejamento antes de iniciar suas compras. “Nessa época, quando o preço de um determinado produto sobe muito, automaticamente aparece um substituto para ele”, comentou.
Conforme as dicas do economista, estabelecer um limite para os gastos com as compras de fim de ano também é necessário. Nesse caso, ao comprar um item mais caro, o consumidor deve equilibrar o valor total da compra optando por outros utensílios mais baratos, além de dar preferência aos produtos nacionais.