Sexta-feira, 21 de fevereiro, Adriano Trevisan morreu em um hospital perto de Pádua (norte), a primeira morte por coronavírus na Europa. Mais de 4.000 mortes depois, a Itália de um mês atrás pertence ao passado.
Quem, dentre os 60 milhões de italianos, teria acreditado na necessidade de um confinamento estrito, que ninguém sabe quando terminará? Que o silêncio tomaria conta do país, que as gôndolas ficariam ancoradas em Veneza e ouviríamos os pássaros em Roma e Milão?
Adriano Trevisan tinha 78 anos, era um pedreiro aposentado que adorava pescar e jogar cartas no bar com seus amigos da vila de Vo, em Veneto. No dia de sua morte, os estilistas Versace e Frankie Morello apresentavam sua coleção de outono em Milão, os torcedores da Lazio sonhavam com um título após anos, enquanto nos bares e restaurantes lotados debatia-se a fragilidade do governo de Giuseppe Conte.