Coluna. Estamos perdendo tempo

Por. Luzitânia Silva Temos perdido tempo. Estamos perdendo a compostura ou nos comportando demais. Vemos mais as pessoas e as enxergamos menos. Publicamos nas redes sociais tanto “eu te amo” e mensagens de afeto exageradamente açucaradas a outrem e infelizmente, na prática, não vivenciamos isso. Na verdade, muitas vezes nem nos amamos. É triste. Triste saber … Leia Mais


Coluna. A dor que agora dói

Por. Marilene Oliveira Sinto o meu ser naufragado em um mar pérfido Lágrimas ácidas deslizam pela minha face Corroem impiedosamente a minha dor implícita Não sei ao certo se sinto comiseração ou odiosidade. Sou vítima de uma sociedade ignóbil e presunçosa que usa a irrupção e o engodo seu discurso é belicoso e pacóvio sua … Leia Mais


INEVITÁVEL!/?

Por. Luzitânia Silva Eles eram perfeitos. Nenhum casal parecia se dar tão bem. Nenhum poderia se amar tanto. Eram juntos, a inspiração para qualquer poeta desestimulado e com crise de criatividade. Eram juntos a tampa e a panela, a laranja inteira, as almas-gêmeas. Perfeição era uma palavra rasa perto da imensidão do amor de ambos, … Leia Mais


JUDICIALIZAÇÃO NA SAÚDE

  Por; Luzitânia Silva A judicialização na saúde vem sendo discutida no Brasil e levantando inúmeros questionamentos quanto a sua eficácia, seus prós e contras, todavia ainda há muito que se debater a fim de entender como ela se dá e como deve ser feita. Cabe ressaltar que, de acordo com RIOS (2003), a intervenção … Leia Mais


Coluna. Por você!

Luzitânia Silva Pra você eu não quero escrever textos saudosos, doídos, chorosos e agonizantes como músicas que por si só já são uma sofrência. Por você eu não quero me lastimar, entristecer e sentir a dor mais profunda e insuportável para minh’alma, porque bem sei do meu passado. Só eu sei de minhas vivências, meus … Leia Mais


Enquanto uns choravam, outros sorriam

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Foto: Reprodução

Por Marilene Oliveira

Em uma cidadezinha do Recôncavo Baiano havia, apenas, uma funerária para atender a demanda dos defuntos. Houve um período em que muita gente estava morrendo. Que horror! Quase toda semana morria pelo menos uma pessoa.  Já acontecerem até três sepultamentos em um único dia. Para uma pequena cidade era um número estarrecedor.

Coitado do coveiro! Não tinha mais sossego. Se ausentar da cidade, só se fosse em pensamento! O seu trabalho tinha aumentado e muito. Era um subir e descer a ladeira de acesso ao cemitério. Pensou até em construir uma casinha ali mesmo, ao lado da mansão de todos nós. Às vezes, mal chagava em casa, alguém já estava batendo na sua porta, pedindo-lhe para ir cavar outra cova. Quando o solo estava úmido, ótimo para executar o serviço, mas quando demorava para chover, era um sufoco. E, assim, foi a sua rotina por muito tempo.

Como a lei da procura era superior à lei da oferta, nas suas poucas horas vagas, o coveiro já ia adiantando o serviço, cavando novas covas. As pessoas supersticiosas não estavam gostando nada disso, começaram a atribuir a razão de tantas mortes ao “agouro” do coveiro.  

Se não bastasse, uma das paredes laterais do cemitério desmoronou e o local ficou aberto por um bom tempo. Muitos diziam que a porta estava aberta, chamando as pessoas. Esse fato rendeu muita conversa na pacata cidade. (mais…)


Coluna. LIBERTA

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Por: Luzitânia Silva

Ela se levantou, se reergueu, desnudou o corpo e desanuviou a mente. Precisava daquele momento íntimo. Carecia daquela metamorfose, necessitava partir dali, de onde sempre se encontrou, daquele estado de inércia que a aprisionava há anos.

Ninguém a entendia e nem precisava entendê-la. Ela descobriu isso recentemente. Ela começaria a desbravar o mundo e se conhecer de fato, de modo inimaginável até então.

A possibilidade de desvendar a si mesma nunca havia sido tão gostosa e desafiadora. Mais que qualquer coisa, a vida passou a excitá-la. A vida passou a fazer sentido porque ela começou a se enxergar além daquele mundinho fétido, sujo e pequeno em que vivia.

Ela sentia… Ela sentia o vento bagunçar seus cabelos longos e pretos. Ela se via abrindo os braços para a liberdade e notava o corpo até mais leve… Ela… Ela cansou de chorar. Cansou e não queria mais. Não se submeteria novamente aquela situação enfraquecedora e que sempre a deixava de mãos e pés atados.

Ela sabia… Ela tinha certeza… A vida sorria pra ela. Muros estavam sendo destruídos, ovos quebrados, vidros estilhaçados e o sangue, o sangue que escorria dos seus pés frágeis ao pisar naquilo tudo a tornava mais resistente. O sorriso… O sorriso tímido em seus lábios, um misto de medo e imediatismo, saía como o sol por entre as nuvens após a tempestade.

Ela se desnudou da culpa, deixou o passado no passado e caminha sem esconder-se dos olhares julgadores das pessoas. Decerto a algema tenta prendê-la de alguma forma ainda, entretanto ela está acordada e munida… Munida de amor próprio.

Munida de amor pela vida! Ela conseguiu e mereceu se libertar.

PTN NEWS


MUDE O FOCO!

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Por: Luzitânia Silva

De repente você acha que sua vida não tem sentido, nada dá certo pra você. Sofre enxovalhos, às vezes se cala diante da tempestade não apenas esperando o momento certo de falar, mas porque perdeu a voz e não sabe mais o que dizer.

Quantas vezes pensou em desistir da vida? Quantos sonhos esboçados deixaram de virar pintura? Quanto tempo perdeu na estrada? Quantas palavras deixaram de se unir e virar um poema memorável? Quanta coisa ficou no caminho e você não pode voltar pra buscar? Quantos momentos perdidos? Quantas emoções escondidas? Quantos choros contidos? Quantas palavras não proferidas? Quanto tempo que se perde pensando no passado!

Sinceramente, precisa-se mudar o foco. A vida não te espera, os momentos não voltam e seu hoje corre sério risco de ficar eternamente vinculado ao saudosismo.  Seu futuro possivelmente será engavetado.

É fácil mudar? Claro que não! Quem disse que seria? Achar forças nas adversidades, ser flexível e resiliente são características importantes, no entanto não devemos nos sentir obrigados a ser perfeitos. 

Chore de tristeza ou alegria. Ria, mesmo que o riso seja histérico. Levanta a cabeça, abaixe-a quando os ombros estiverem carregando o maior peso possível, se não conseguir permanecer erguida. 

Quem disse que devemos ser exímios em tudo o tempo todo? Quem disse que alguém é inferior por ter sentimentos e cair por vezes? Só não devemos permanecer no chão porque aí já se caracteriza como fraqueza. 

Aproveite as oportunidades que surgem, entretanto não se martirize se passarem despercebidas. Seja feliz e faça alguém feliz, consciente de que a felicidade não está somente em coisas grandiosas, mas nas coisas simples da vida. Mude o foco quando necessário! Não deixe de ser você mesmo!


Coluna. RATOS

ratos ptn news

Ratos, ratos, muitos ratos por toda parte

Por todos os lugares

Nos becos, nas praças

Nos casebres e nos palácios.

Ratos… ratos!

De várias cores, de vários tamanhos

Querem o meu queijo, querem a minha consciência

Audaciosos, persuasivos, sensatos, indiferentes.

Tento me proteger, acham-me

Às vezes, ajudo-os a construírem os seus castelos

Seria ingenuidade da minha parte?

Ratos… ratos!

Em grupos, individualmente

Em disparada, ou em câmara lenta

Não importa, são ratos.

Devoram, desconstroem, constroem.

Eles brigam entre si

Eles fazem aliança entre si

Dividem o queijo, fatiam a pizza, todos se saciam

Enquanto isso, continuo faminta

Faminta de justiça, faminta de direito

Esquecida. Ah! Não por muito tempo

Muitos ratos voltarão em busca de mais queijo.


Coluna. O que de fato importa

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Por Luzitânia Silva

Os caracóis de seus cabelos rubros caíam fartos sobre os ombros. Os fios brilhavam cada vez mais à medida que o sol resplandecia. As lágrimas escorriam pelo rosto angelical e seu coração aflito parecia querer saltar pela boca. Já chegava à clínica enquanto pensava no ocorrido.

Ainda ontem seu namorado sumiu do mapa. Juliana se lembrava da cena como se vivenciasse no exato momento. Rafael deitado na cama, entrelaçado a uma mulher, sua melhor amiga, a Kátia. Seus corpos nus, cobertos apenas por um lençol branco e fino, demonstravam intimidade descomunal, já que aparentavam se odiar anteriormente.

Se quisesse deixar a Kátia irritada, falasse de Rafael em sua frente. O veneno escorria no canto da boca e as palavras proferidas deixavam qualquer ser humano perplexo.

Caso Juliana ousasse pensar em mencionar o nome da amiga, Rafael se rebelava de imediato, falando impropérios a respeito da dita cuja. Mas, chegava a ser chocante, tanto ódio não passava de paixão animalesca. Era tosco. Imundo. Podre. Vê-los dormindo após a possível selvageria anterior a indignava, do mesmo modo que a deixava petrificada na porta do quarto, sem fazer o mínimo ruído.

Com boca entreaberta, olhos arregalados, pele pálida e corpo imóvel, ela não cria na visão infernal. Pensou em sair dali, tentando anular aquilo de sua memória ou sabe-se lá o que… Ela não tinha ideia para onde ir, se deixaria a chave do apartamento dele em cima de uma mesinha na sala ou levaria consigo. Não conseguia nem chorar. (mais…)