O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou pesar em relação à operação da Polícia Federal ocorrida nesta quinta-feira (8), que resultou na apreensão de seu passaporte e na mira sobre aliados, incluindo ex-ministros e ex-assessores ligados ao seu governo.
“Acabou minha folga”, disse ao portal Metrópoles. A corporação foi até sua casa em Angra dos Reis (RJ), onde está desde o início de janeiro. Em outro momento, disse não compreender a acusação de Golpe de Estado e que fez uma transição “sem problemas” com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A pedido do Lula, nomeei os três comandantes de Força escolhidos por ele em dezembro. Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe depois?”, falou.
O ex-presidente também disse que não tem medo de ser preso e que “hoje tudo pode acontecer com qualquer pessoa no Brasil. Em nome de salvar a democracia estão fazendo barbaridades”.
Nesta quinta-feira (08), a Polícia Federal deflagrou a operação Tempus Veritatis, que teve 33 alvos de busca e apreensão, 4 de prisão preventiva e 48 medidas alternativas, que incluem proibir o contato entre investigados, entrega de passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.
As buscas são realizadas no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Entre os presos estão os ex-assessores de Bolsonaro, Filipe Martins e Marcelo Câmara.
Entre os alvos, estão:
- Jair Bolsonaro
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
- general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- ex-ministro da Justiça Anderson Torres;
- Walter Braga Netto (PL), candidato a vice-Presidência do ex-presidente;
- ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira;
- general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres;
- almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- assessor Tércio Arnaud Thomaz;
- major reformado Ailton Barros
A operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Na decisão, ele cita a tentativa de manter Bolsonaro no poder através de um Golpe de Estado.
Entre as provas encontradas pelo inquérito, está uma minuta avaliada por Bolsonaro, estavam previstas as prisões de Moraes, o ministro Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).