Mesmo integrando a lista dos cinco maiores produtores de café do Brasil, a Bahia não deve contribuir para a queda no preço do produto, que segue amargando o bolso do consumidor. O café, ao lado da soja, foi o item mais exportado pelo estado no mês de fevereiro, segundo dados oficiais.
De acordo com o IBGE, a previsão é que a Bahia colha 266 mil toneladas de café em 2025, um aumento de 6,8% em relação ao ano anterior. No entanto, essa alta na produção não significa preços mais baixos nas prateleiras.
O engenheiro agrônomo Rodolfo Moreno, da Coopiatã, em Piatã (Chapada Diamantina), explica que o café é uma commodity, ou seja, uma mercadoria negociada em bolsas de valores internacionais. “Os boatos correm, não é? Então, quem tem café vai faturar em cima”, afirmou ao Bahia Notícias.
Na região do Planalto da Conquista, onde estão municípios como Vitória da Conquista, Barra do Choça e Encruzilhada, o produtor Yuri Mares Barros, da JC Corretagem de Café, prevê que a safra de 2025 seja menor devido à bienalidade do café — fenômeno que alterna anos de alta e baixa produtividade. Para ele, o que agrava ainda mais a situação é o impacto das mudanças climáticas globais.
Moreno ressalta que, embora a florada em regiões como Piatã tenha sido boa, o clima ainda é imprevisível. “Pode vir granizo em Minas, o Vietnã pode ter problema de novo… tudo interfere no mercado”, ponderou.
Na cotação mais recente desta segunda-feira (24), a saca de 60 kg do café arábica chegou a R$ 2.500. Já o café da Chapada Diamantina — reconhecido pela qualidade superior e colheita manual — pode atingir até R$ 4 mil por saca em 2025, segundo estimativas dos produtores.
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